domingo, 5 de julho de 2009

Lições - Monsenhor Huberto - Abelha Jandaíra


Lições da Jandaíra Para o Homem
"Texto integrante do Livro - Abelha Jandaíra - Mosenhor Huberto
Huberto Bruening, pag. 131 - 135."

Nosso Salvador nasceu no campo, de uma camponesa, nasceu num curral entre os animais, trabalhou mais no campo que na cidade. Vivia em harmonia e sintonia com a Natureza. Convidou os homens a olhar as flores, os pássaros, as borboletas, as abelhas, os pintinhos, os ninhos. Quem está em contato com a flora e a fauna está em contato com o Criador. O mundo visível é reflexo ao invisível, as criaturas apontam para o Criador.
Todos os animais respeitam o ambiente em que vivem, menos o homem. O peixe mantém límpida a água em que passeia, o pássaro conserva puro e diáfano o ar que cruza, a minhoca revira o solo mas não o degrada, ao contrário, torna-o mais fértil; a fera mora na selva, percorre-se atrás do sustento sem contaminá-la nem destruí-la; o colibri sorve o alimento do nectário das flores, roça com as asas suas pétalas delicadas sem deixar sinal de sua visita; a jandaíra visita milhões de flores para coletar um quilograma de mel, passeia pelos es tigmas, estames e anteras para colher pelotas de pólen, sem vestígio de sua presença , pelo contrário: enriquece-as através da polinização. Quanta lição de inseto para o rei-da-criação, o mais violento dos bichos, o mais barulhento.

Observemos o estardalhaço dos carros-de-zoada e o estrondo das motocicletas, fragor de batalha, sem nada produzir, a não ser ruído! Belíssimo exemplo de laboriosidade, de previdência e providência, de frugalidade e economia fornece a jandaíra ao homem consumista e tecnocrata. Ela recolhe sempre que pode e o que pode – e guarda, ensila, economiza, sem nada esbanjar. Guarda até quotas supérfluas. Jandaíra não alimenta vício – como faz o homem. Não fuma, não masca, não se embriaga, não sorve droga, não cheira cola, não se empazina. Reparte a vida entre trabalho e repouso. Não gasta com turismo, nem forrobodós, não mantém campos de esporte, nem hospícios, nem hospitais, nem cemitérios.
Economista nenhum a supera em pré e providência nem economia. Para ela não há crise habitacional, a não ser pela intromissão do homem. Não gasta com escola, estradas, pontes, energia, água – que nem bebe. Desconhece explosão demográfica pela simples razão de manter o mais rigoroso controle de natalidade que consiste no seguinte princípio inflexível: o número de filhos é rigorosamente proporcional ao número de pratos de comida, nem um a mais! Usa a maternidade responsável – a mais responsável – porquanto usa o sexo uma única vez em toda a existência, e mesmo em fração de segundos. Que contraste com o homem, esse sexólatra maníaco, semelhante “ao cavalo e ao jumento que não compreende nem rédea, nem freio: deve ser amansado.” Salmo 31,9.

A jandaíra trabalha em sintonia com o sol, mesmo encoberto, e sem fiscal, e sem xô nem aboio: tudo bem acabado e caprichado. A criação é uma sinfonia em homenagem ao seu Criador: Deus! E muito afinada. A única nota discordante, o único instrumento desafinado é o homem quando transgride a Lei de Seu Senhor.

Só o homem pode louvar a Deus conscientemente. Pouco se preocupa com isso. O tema Natureza pertence ao passado. A geração contemporânea, hodierna, explora seu próprio tema, único, invariável, monótona até provocar náuseas: o corpo, concentrado no sexo. Milhões de discos, americanos ou brasileiros, com o mesmo enredo e assunto. Que pobreza e que baixeza.
Nunca levantam os olhos para a Natureza que os envolve, mas não enleva nem enleias. A tais São Paulo chama de homens-animais, ou animalescos. Pode ser que com a reação dos ecologistas mudem de rumo. Já é tempo de humanizar o animal e cristianizar o homem. A Flora e a Fauna também merecem um disco. Riqueza e beleza não lhes escasseiam. Mãos à obra. Às lições até aqui anotadas, acrescentemos ainda prodigalidade e solidariedade quanto ao sustento da família.
Cada jandaíra vai ao campo, com risco de vida, colhe o que pode, enche o papo, carrega os pés e chega em casa, põe tudo em comum, como os Atos dos Apóstolos afirmam a respeito dos primeiros cristãos: “...punham tudo em comum.” At. 4,33 ss.
O que consome bens e saúde é o vício; ora, jandaíra não tem vício, não mantém arsenais de guerra nem prostíbulos, nem cassinos, nem máfia; vive do trabalho – e da a vida pelo bem comum e pela família. Na defesa dela enfrenta qualquer inimigo, sem medir nem temer seu tamanho. Ela faz do particular o geral, bem ao contrário dos governos, que fazem do geral o pessoal.
O indivíduo produz mais do que consome, por isso não morrem de fome. Por ocasião de calamidades ninguém furta e todos ajudam a reconstruir. Jamais a mãe abandona a família ou o lar, em caso nenhum. Aprendam as mães, aprendam também os pais – não das jandaíras – dos homens. São muito mais mães que geratrizes.

Em viagem, trancafiadas, as jandaíras mal e mal ingerem alimento: quedam-se o tempo todo. Reparem o homem em viagem de avião. Quase esgota a aeromoça à procura de comida, café, refresco, cigarro, etc. Insaciável. Jandaíra só come em casa, só dorme em casa. O homem come em qualquer lugar, até na aula, na igreja. Horrível. Matricule-se na escola da professora jandaíra,
tão doce!
Dessas Lições eu não preciso comentar mais nada.
A Todos, uma ótima semana, Haaa, Lembre-se das lições da Jandaíra, rs.


Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão
Mossoró-RN

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