quarta-feira, 25 de março de 2009

Falta de Espaço não é desculpa para não criar abelhas sem Ferrão!!!


Muita gente é louca para criar abelhas sem ferrão, mas sua maior desculpa para não criar é a falta de espaço de suas residências, principalmente quanto falamos em apartamento, mas isso não é desculpa para aqueles que realmente querem criar abelhas sem ferrrão, vejam a foto acima, ela não só demonstra a possibilidade de se criar ASF em casa (como em apartemento), mas acima de tudo mostra que quando existe amor pela natureza, podemos tudo.

Essas fotos são de uma belíssima varanda de um apartemento no 7º andar na cidade de Fortaleza-CE, o proprietário do imóvel é o Sr. professor Amilcar Galeno, cria várias espécies de abelhas sem ferrão, entre elas, Jandaíras. Essas abelhas polinizam as plantas locais e ainda produzem um mel maravilhoso para o seu dono.

Não é difícil criar ASF, principalmente por que muitas são mansas e todas não possuem ferrão, fato este que possibilita o manejo até por crianças.
Façam como o cidação da foto, criem abelhas nas suas varandas, em suas casas, nos seus sítios, ajudem a preservar esses belos animais que só nos fazem bem, esse "doces" insetos são maravilhosos e vão encantar a vida de todos vocês, assim como encantam a minha.

Infelizmente não poderei informar o local pois não recebi autorização para isso, as fotos foram cedidas gentilmente pela colega da lista ABENA Marlene Paiva Valim - Rio de Janeiro - Capital, que também é meliponicultora, em respeito a privacidade alheia, seguem somente as fotos para beleza dos meliponicultores.

A todos, boa semana!!!!
Kalhil Pereira França

sábado, 14 de março de 2009

A importância de criar abelhas nativas

A criação de abelhas indígenas sem ferrão em cabaças, cortiços e caixas rústicas constitui uma atividade tradicional em quase todas as regiões do Brasil. Essa atividade, conhecida como meliponicultura, foi inicialmente desenvolvida pelos índios, e vem, ao longo dos anos, sendo praticada por pequenos e médios produtores, assim como por produtores de base familiar. Há, pelo menos, cinco razões que justificam o interesse crescente por esse grupo de abelhas:
As abelhas sem ferrão são os principais agentes polinizadores de várias plantas nativas. Preservar essas abelhas contribui, portanto, para conservar os mais diversos tipos de vegetação.
Há muitos agricultores utilizando as abelhas sem ferrão na polinização de culturas agrícolas tais como urucum, chuchu, camu-camu, carambola, coco-da-bahia e manga. Essa prática, amplamente usada com as abelhas do gênero Apis (conhecidas como abelhas africanizadas ou abelhas africanas) e Bombus (as mamangavas, também chamadas de mamangaba, mangangá, mangava, etc.), vem sendo utilizada até mesmo para cultivar morangos dentro de estufas.
O mel produzido pelas abelhas sem ferrão contém os nutrientes básicos necessários à saúde, como açúcares, proteínas, vitaminas e gordura. Esse mel possui, também, uma elevada atividade antibacteriana e é tradicionalmente usado contra doenças pulmonares, resfriado, gripe, fraqueza e infecções de olhos em várias regiões do País.
Além de fonte de alimento e remédio, o mel produzido pelas abelhas sem ferrão representa, em algumas regiões, uma importante fonte de renda. Na Região Nordeste, onde a meliponicultura é mais praticada, são encontrados produtores (ou meliponicultores) com até 1.500 ninhos de abelhas, e que sobrevivem, basicamente, do comércio do mel.
São, de um modo geral, abelhas bastante dóceis e de fácil manejo. Por isso, dispensam o uso de roupas e equipamentos de proteção tais como macacão, luvas, máscaras e fumegadores, reduzindo os custos de sua criação e permitindo que essas abelhas sejam mantidas perto de residências e/ou de criações de animais domésticos. Além disso, por não exigir força física e/ou prolongada dedicação ao seu manejo, a criação de abelhas sem ferrão pode ser facilmente executada por jovens e idosos.
Estima-se que, só no Brasil, existam mais de 200 espécies de abelhas sem ferrão. As mais promissoras em termos de produção de mel são as espécies do gênero Melipona, conhecidas popularmente como mandaçaia (nome científico, Melipona quadrifasciata), jandaíra nordestina (Melipona subnitida), uruçu-cinza ou uruçu-cinzenta (Melipona fasciculata), uruçu-amarela (Melipona rufiventris), uruçu-do-nordeste (Melipona scutellaris), entre outras.
A meliponicultura é, portanto, uma atividade de baixo impacto ambiental, que produz um alimento de elevado nível nutricional, e de retorno financeiro garantido. Se bem planejada, a criação de abelhas sem ferrão em caixas racionais pode enquadrar-se, perfeitamente, nas atuais diretrizes que norteiam o desenvolvimento da Região Nordeste: promover o uso racional dos recursos da caatinga, equilibrando interesses ambientais, com interesses sociais de melhoria de qualidade de vida das populações que residem na região.

terça-feira, 10 de março de 2009

Como multiplicar uma colónia.





Vamos ensinar passo a passo como fazer uma mulitiplicação de colónia pelo método 1;1, nesse método, uma caixa doa campeiras e discos de cria, existe outro que é o 2:1, nesse duas caixas doam para formar uma colónia, uma doa abelhas adultas e a outra caixa doa discos de cria, esse segundo método ensinaremos mais tarde.

Podemos dividir em qualquer época do ano, se a colónia for bem forte, mas se recomenda no início das floradas, para não faltar alimento na mesa, como já dizia o Pioneiro, "Nunca mais filho do que pão!!! (Monsenhor Humberto, A Abelha Jandaíra, Sebrae. Mossoró, 2007)


Outro detalhe importante, nunca fazer isso em dias de chuva ou dias muito frios, para não matar as abelhas que ficarão confusas durante o procedimento e mais, ao se abrir a caixa provocamos um estrago sempre muito grande, pois diminuimos a temperatura do ninho e ainda bagunçamos a colónia e tudo isso com chuva, não dá certo, de jeito nenhum.

1º escolhemos a colónia, está tem que ser bem forte, com muitos discos de cria em estado bem avançado e com muitas abelhas adultas, é fácil, se abrirmos a caixa e muitas abelhas no "atacarem", ou seja, tentem nos beliscar, é sinal que possui muitas campeiras.





Outro detalhe a observar é que só devemos dividir colónia fortes, bem estáveis, e presença de alimento pois essa colónia vai perder muitas campeiras adultas, o que iria diminuir consideravelmente a capacidade de produção de alimento, por isso, não basta apenas ter abelhas, tem que ter alimento para as abelhas jovens que ficarem não passarem por dificuldades, a foto acima mostra que a caixa escolhida é perfeita para isso.






2º Retiramos com uma faquinha de mesa e com muito cuidado os discos de cria velhos, tentando sempre não amassar os discos, procurando tratar com muito carinho os discos de cria para se perder o mínimo possível de células, escolhemos sempre os favos mais claros, pois são os mais velhos e estão a nascer abelhas, assim logo logo nasce uma princesa que poderá ser entronada na nova colónia. Na foto acima podemos observar que no disco grande de baixo as abelhas já estavam a nascer, assim esse era o melhor disco a se tirar.







3º, colocamos os discos que foram retirados da caixa doadora (caixa mãe) na caixa nova (caixa filha), não recomendamos colocar alimento agora, nem mel nem saborá (polém processado pelas abelhas), pois a colónia está muito instável, e a presença de potes de alimento rompidos pode atrair nos forídeos (nossos maiores inimigos), forídeos são mosquinhas ligeiras que entram nas caixas e passam a se reproduzir em rápida velocidade, passam a se alimentar do saborá e quanto este acaba, passa a se alimentar das crias jovens, por isso, nada de alimento nesse momento, as abelhas são adultas e não morrem de fome assim tão rápido, só colocamos algum mel ou saborá no dia seguinte.





4º, Em seguida, fechamos a caixa e colocamos a onde estava a caixa mãe, batemos um pouco na caixa mãe e vamos deixando que as abelhas saiam, quando uma quantidade significativa sair, fechamos a caixa mãe e mudamos ela de lugar, removemos para uma distância de 3 ou 4 metros, não precisa ser muito longe, mais recomendo que a caixa mãe fique durante alguns minutos fechada (meia hora) para evitar que as abelhas queiram retornar para caixa mãe e para evitar também que saiam abelhas de mais. Depois é só abrir depois que todas a abelhas já tiverem entrado na caixa filha.


No dia seguinte, abrimos a caixa filha bem devagar para provocar o mínimo de pertubação possível, colocamos cera, saborá e um pouco de mel e pronto, se observarmos a presença de forídeos, basta colocar algumas iscas com vinagre à base de maça, caso contrário só abrimos a caixa agora depois de 10 dias, nesse tempo ficamos a observar por fora, olhamos se estão trabalhando, se estão a fazer a entrada com barro, se chegam carredas de algum material, etc.


Passado os 10 dias, abrimos e verificamos a presença de alguma ou algumas princesas pela caixa, se tiver, logo logo alguma será aceita e entronada no posto de rainha.


Mais 10 dias depois verificamos se essa rainha ganhou a fisiogastria, ou seja, está gordinha.


Caso, contrário, inserimos outro disco disco de cria caso não tenham mais abelhas a nascer.


Se sim, é provável que ela tenha sido aceita e passará a realizar a postura regular.


Pronto, se vc chegou até aqui, parabéns, você realizou uma das atividades mais nobre como meliponicultor que é a reprodução induzida da espécie, todos anos fazemos muitas e muitas multiplicações e cada uma nos trás uma satisfação imensa, pois estamos contribuindo com a natureza e perpetuando o legado de muitos que lutaram para manter "viva" a Jandaíra no Semi-árido Potiguar, a estes, nosso carinho e respeito.