sábado, 27 de fevereiro de 2010

Um sonho se tornando realidade

Depois de muita expectativa de ambas as partes, tanto minha como das comunidades, iniciamos o trabalho de capacitação em meliponicultura nas comunidades rurais que estão inseridas dentro do ambicioso projeto de criação racional das abelhas Jandaíras.

A primeira comunidade a receber as abelhas e o curso básico de meliponicultura foi a Riacho do Meio. Essa comunidade fica na zona rural de cidade de Choró-CE. Esse pequeno município tem uma grande curiosidade, é a única em todo Estado do Ceará que tem sua população rural maior que a da zona urbana.

Outra coisa que muito me chamou atenção foi que quase a totalidade das pessoas a serem capacitadas são mulheres. Como os homens já trabalham com a Apis, a Jandaíra, devido a ausência do ferrão se tornou muito atrativa para elas.


Pela manhã foi ministrada a parte teórica com informações básicas sobre a biologia das ASF, em especial as Jandaíras, seu manejo, tipos de caixa, técnicas de reprodução, alimentação artificial, colheita de mel, inimigos naturais e muitos mais.


Fizemos ainda a exposição dos vários instrumentos utilizados para o manejo das simpáticas abelhinhas do sertão, o legal de manejar as Jandaíras é a grande facilidade que isso é feito pois devido ausência do ferrão (atrofiado) não é necessário roupas especiais nem muito menos instrumentos caros. Todo o "equipamento" não custa R$ 20.

Ao final dos meus comentários foi apresentado o vídeo curso de meliponicultura elaborado pela Universidade do Sudoeste da Bahia para complementar as informações por mim iniciadas.

Pela manhã do dia seguinte, em companhia do amigo e técnico da Esplar Fran, fomos a outra comunidade rural, a São João da Conquista.

Ainda no caminho, o Fran que é um grande conhecedor da fauna e da flora do caatinga, parou para me mostrar esse sequência de belas Imburana. Todas essas árvores foram utilizadas como morão de cerca.


Todavia, devido a grande capacidade de recuperação dessa maravilhosa árvore, os morões acabaram vingando na terra e novamente se tornaram imensas árvores.

Devido a pressa e a grande quantidade de árvores não pude olhar todas, mas certamente há alguma abelha alojada em seus galhos.


Voltamos a Quixadá-CE e fui visitar o grande açude do Cedro. Essa barragem foi a primeira obra de cunho hídrico ainda na época do império de Dom Pedro II na região Nordeste. O açude é muito grande e como vocês podem ver é muito bonito, caminhando pela sua parede pude perceber muito trabalho duro, trabalho artesanal ainda da época dos escravos do século XIX.

Ao fundo podemos observar a curiosíssima forma geológica de uma galinha, um dos cartões postais de Quixadá-CE.

Após o almoço me dirigi novamente a comunidade do Riacho do Meio. Dessa vez nosso compromisso era com os ensinamentos práticos. Foi com muita satisfação que pude observar muitos olhares curiosos.

Foi possível abrir algumas colônias para que todas pudessem observar o seu interior. A principal curiosidade era a prova do mel, todas estavam muito anciosas para provar um dos méis mais saborosos do Brasil.

Diga-se de passagem que o mel produzido pelo Meliponário do Sertão (Jandaíras) foi eleito no ano de 2009, durante o Concurso Nacional de Méis de abelhas sem ferrão como o melhor do Brasil.

Abri alguns potes e colhi algumas amostras de pólen e de mel. Antes mesmo de terminar de colher com a seringa o mel as mãos das minhas alunas já estavam abertas para saborearem nem que fosse algumas gotinhas de mel.



Durante a nossa apresentação foi possível ainda realizarmos uma divisão demonstrativa. Foi explicado a importância dos cuidados com a colônia recém criada, principalmente com forídeos. Para isso foi comentado a importância de não colocarmos potes de pólen rompidos para não atrair a mosquinha invasora.


Durante a aula observei que algumas alunas especiais estavam a nos observar. Era um pequeno ninho de vespas da espécie Chuí. O mel produzido por essas meninas é muito doce, muito conhecido e apreciado no Sertão. O único problema é que elas picam que é uma beleza.

Por fim, após as nossas explicações foi possível fazermos uma avaliação do que foi trabalhado durante os dois dias de capacitação. Tenho certeza que deixei uma boa impressão na comunidade.

Mesmo não tendo nenhum parente entre essas pessoas me senti como se estivesse em casa. Principalmente pelo fato de observar, mesmo diante de tanta dificuldade na vida no sertão, o sorriso estampado no rosto de toda essa gente.


Dentro de alguns dias estarei retornando as comunidades para realizarmos, em conjunto com todos os capacitados, uma inspeção geral nas colônias. Eles vão cansar de me verem por lá, rs.

att,

Mossoró-RN, 27 de fevereiro de 2010.

Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão

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Paulo Romero disse...

Amigo Kalhil,
como sempre, você tem ótimas iniciativas.Esse seu trabalho,com as comunidades,carentes do Ceará, é um exemplo para todos nós.
Você,com eu já falei antes,vai aos poucos se tornando um dos maiores nomes da meliponicultura,no Brasil.
Parabens,você mereçe o reconhecimento que tem.

Um grande abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.

28 de fevereiro de 2010 13:13

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Blogger Meliponário do Sertão disse...

Amigo Paulo, sou apenas uma andorinha fazendo verão, meu trabalho é ainda muito pequeno e muita gente já fez bem mais que eu, mas tenho certeza que estou no caminho certo.

Um grande abraço,

att,

Kalhil Pereira França
Meliponário do sertão

28 de fevereiro de 2010 19:13

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Blogger maria valdenira disse...

Oi Kalhil é apixonante seu trabalho, principalmente para pessoas que amam estas bichinhas. E não é só você que se sente em casa ao visitar esta comunidade. pois também me sinto assim a cada vez que os visito, amo esta .

Valdenira
Técnica e coordenadora do sistema de controle interno da
certificação organica dos consórcios agroecológicos no Ceará, Rio Grande do do Norte, Pernambuco.

1 de março de 2010 09:34

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Blogger Fran disse...

Fico muito feliz pela concretização desse sonho

espero ver em breve as outras comunidades!!

1 de março de 2010 23:11

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Blogger Meliponário do Sertão disse...

Meu amigo Fran, o NOSSO trabalho tem se mostrado um exemplo a ser seguido por muita gente.

Estou triste por saber das novidades junto a ESPLAR mas tenho certeza que os outros técnicos me darão o apoio necessário para continuar esse belo trabalho junto a essas comunidades.

Tenho certeza que não mais me desligarei dessas comunidades...

Um grande abraço irmão.

Kalhil
Meliponário do Sertão


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Os curtiços rústicos

Sempre recebo muitas visitas em meus Meliponários por curiosos em conhecer o nosso trabalho à frente das abelhas Jandaíras. Uma coisa que por aqui chama muita atenção é a presença de vários curtiços rústicos.

Eles são feios, seu manejo é horrível pois são roliços e isso dificulta a estabilização nas bancadas de trabalho, acumulam muito própolis (batume) e sempre que abrimos injuriamos alguma coisa dentro da colônia.

Para completar e piorar ainda mais a vedação é tradicionalmente feita com barro em vez de fita adesiva, enfim, é muito ruim.


Depois dessa declaração as pessoas me perguntam: - Então porque você mantém as abelhas nesses cortiços tão incômodos???

A resposta é muito simples, sempre que eu vejo esses velhos curtiços me vem a imagem do Sertão, em especial dos sertajenos que sem muitos recuros para adquirir caixas mais acabadas e bem mais trabalhadas acabam alojando as pequenas abelhinhas onde é possível.


Na verdade, me lembro em especial da figura do meu avô que quando jovem mantinha várias colônias de Jandaíra nesses velhos curtiços. Dessa maneira, a manutenção dessas poucas colônias nesses curtiços é uma forma de preservar uma cultura que por muitas gerações se manteve presente no Rio Grande do Norte, mas nas últimas décadas vem desaparecendo do cotidiano dos Potiguares.


Essas velhas colônias hoje servem apenas para mostrar aos mais jovens (e alguns velhos também, rs) como as Jandaíras foram e ainda são criadas tradicionalmente nesse nosso Sertão a fora.


Por mim permanecerão intocáveis pois sempre me trazem boas lembranças...

att,

Mossoró-RN, 18 de fevereiro de 2010.


Kalhil Pereira França

Meliponário do Sertão

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

As castas na colônia de Jandaíra

Sempre recebo muitos e-mails solicitando informações das características das castas das Jandaíras, para o iniciante é realmente muito difícil conseguir identificar rapidamente quem é quem na colônia, principalmente por que os detalhes que diferenciam as abelhas uma das outras são muito sutis.

Mas vamos lá, depois da aula de hoje será muito fácil identificar rapidamente quem é quem na sua colônia. Não vou falar da rainha pois já falei dela a algum tempo atrás, inclusive, à época eu fiz a diferença entre uma rainha nova e uma rainha velha.

Quem quiser saber mais é só olhar nesse tópico abaixo:

http://meliponariodosertao.blogspot.com/2009/09/caracteristicas-de-uma-rainha-velha.html

Uma outra casta muito interessante, mas que por hora não irei falar é a casta das obreiras-rainhas ou também conhecida como rainhas-obreiras, sua identificação é muito difícil e até os meliponicultores mais experientes tem dificuldade em reconhecer seu singelos detalhes. É preciso muito estudo de observação para aprender a reconhecer essas meninas, principalmente por que suas características são basicamente comportamentais.

Mas prometo mais para frente falar profundamente não só de suas características, mas também de sua grande importância nas colônias de meliponas.

Assim sendo, a primeira a ser detalhada será a princesa, dessa eu poucas vezes falei por aqui, ela é bem diferente da obreira comum, a começar pela sua cor.


Seu corpo tem uma tonalidade dourada muito vívida. Não possui corbículas e tem a cabeça bem menor, suas asas são singelamente mais estreira.


Um interessante detalhe é a redução de suas mandíbulas, são bem pequenas comparadas com uma obreira comum. No geral seu corpo é bem menor e mais afinado. A princesa nasce de postura real, nunca de uma postura de obreira rainha.

Seu tempo de encasulamento é reduzido, geralmente nasce bem antes das obreiras. Isso na verdade é uma estratégia de sobrevivência para garantir a rápida aceitação na colônia.

Uma outra curiosidade é que as princesas quando nascem quase sempre já estão em condições de voar. Isso é preciso pois se ela não for aceita na colônia será morta logo após o seu nascimento ou será expulsa.

Nessa segunda opção ela precisa voar a procura de colônias que estejam sem rainha (colônias recém divididas), no geral é muito comum que colônias órfãs aceitem uma princesa de fora.

Já a obreira é a mais comum de todas, isso é muito natural pois é a força braçal da colônia, sem as operárias não há como a colônia sobreviver pois somente elas realizam todo o trabalho.


Suas características são muito simples. O corpo é mais entroncado e bem maior que as outras castas, seus olhos são bem maiores e sua cabeça toda negra chega muitas vezes a ultrapassar o tamanho da largura do tronco.


Observem que as suas mandíbulas são bem grandes, isso é preciso pois boa parte de todo o seu trabalho é feito com essas duas belas pinças. Inclusive a defesa da colônia, como todos sabem as Jandaíras são abelhas que não possuem ferrão (ferrão atrofiado) mas suas mandíbulas são usadas para beliscar durante a defesa da colônia.

A beliscada não chega a ser insuportável, mas eu garanto que você não vai gostar, rs.


Seu abdomem é mais gordo comparado com o do macho, há presença de corbículas utilizadas para transporte de material (pólen e resinas) nas patas traseiras é o detalhe de maior destaque.


Outro detalhe interessante é a cor de seu pelo, é laranja claro na lateral, já na parte de cima do tronco é mais escuro.

Por último temos o malandro, o macho da Jandaíra como na maioria das abelhas, não realiza muitas atividades, na Jandaíra eles desempenham a única e exclusiva missão da reprodução, por vezes podem realizar a desidratação de néctar.


Não são muitos e geralmente nas épocas de pré-inverno são encontrados em aglomerados. Já cheguei a ver mais uma centena deles juntinhos esperando por novas princesas a serem fecundadas. Há épocas do ano que quase não os vejo, principalmente nos períodos de pouca floração (seca), mas isso é natural pois somente nos períodos de muita abundância é que sua presença é mais significativa.

Seu corpo é menor que o da obreira, não possui corbículas, pois como já disse são indispensáveis, não realizam trabalho algum de coleta. Sua cabeça é menor que o tronco e suas mandíbulas são reduzidas. Seus olhos também são reduzidos.

São extremamente dóceis. Mesmo em acloremados podemos capturá-los com a mão de forma muito fácil, quem adora esse detalhe são as largatixas que os comem sem piedade, é a lei da natureza.


Seu maior detalhe para o fácil reconhecimento é presença de uma pequena curva branca em meio aos olhos, é uma espécie de ondinha que fica exatamente um pouco acima das mandíbulas.

Pois bem, depois dessa rápida aula de identificação de castas tenho certeza que ninguém mais ficará em dúvida de quem é quem na colônia.

Esses detalhes valem para a maioria das Meliponas, mesmo espécies bem diferentes como as Mandaçaias tem características bem similares, mudando lógicamente o tamanho e a cor de cada abelha.

att,

Mossoró-RN, 09 de fevereiro de 2010.


Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O resgate de uma Tradição

Para se construir uma casa é preciso, antes de mais nada, construírmos primeiramente o seu alicerce. Para se construir um ideal, é preciso primeiramente sonhar. E como sonhar não custa nada, vale a pena sonhar alto.

A quase um ano atrás, em parceira com a ONG ESPLAR (www.esplar.org.br), venho sonhando com a idéia de resgatar uma tradição de extrema importância para o sertanejo. A criação de abelhas nativas do Sertão.


Nesse último fim de semana fui a Quixadá-CE, cidade típica do interior do Nordeste, com população em torno dos 70 mil habitantes. Nessa cidade estamos desenvolvendo (ainda bem no início) um projeto muito ambicioso que visa resgatar a cultura da criação da abelha Jandaíra, nossa paixão.


Já na chegada a Quixadá me deparo com belas paisagens, ainda longe podemos perceber os Monólitos daquela reigão, por aqui a prática de parapente (esporte radical) é muito comum devido a essas grandes estruturas geológicas.

Ao chegar, me dirijo diretamente a sede da ESPLAR em Quixadá-CE e já em companhia do colega Franderlan (técnico da ONG) vamos em direção as comunidades rurais.


O acesso não é dos melhores pois boa parte do trajeto tem que ser percorrido em estradas carroçais e como o inverno já anda a dar o ar da graça por aqui alguns pontos estão com lama.

O objetivo dessa primeira visita por mim solicitada era a de realizarmos uma sondagem do nível de conhecimento dos colonos, é imprecindível que façamos uma espécie de avaliação do grau de manejo que os mesmo possuem para que o nosso trabalho seja o melhor possível.


Visitamos as 4 comunidades rurais onde realizamos alguns rápidos encontros e foi possível conversar com um parte das famílias que irão participar dos Cursos de Manejo para a criação racional da Jandaíra. Pessoas simples, trabalhadoras e extramente calorosas. Todos por aqui lutaram muito por suas terras, por vezes foi preciso pegar em armas para conseguir o seu pedaço de chão.


Foi possível observar que muitos desconhecem quase que por completo o manejo das simpáticas abelhinhas do sertão, somente os mais velhos (acima dos 60 anos) que ainda se lembravam de alguma coisa.

Isso só nos mostra o quanto esse projeto é importante pois irá resgatar um cultura que a muito vem se perdendo no tempo, a Jandaíra já foi criada de forma muito rotineira por essa região mas praticamente vem desaparecendo da cultura popular do sertanejo.


Em uma dos assentamentos rurais (que agora não me lembro o nome), conheci um dos responsáveis pela liderança local, o Seu Nonato.



Nonato é uma figura ímpar, mesmo diante das dificuldades da vida no Sertão estampa um sorriso sempre muito prestativo. Foi no seu belo quintal que pude provar belas frutas de tamanho e sabor dificilmente encontradas pelo Brasil. Fiquei encantado com a pequena, mas bela plantação de fruteiras.


Olhem o tamanho dessa Graviola, pesada na balança passou dos 4 kilos.


As mais convidativas a uma degustação eram a de goiaba e de graviola, belos frutos que são todos produzidos sem nenhum tipo de agrotóxico, os assentados dessa região possuem o selo Ecosocial do IDB (Instituto de Desevolvimento Biodinâmico), o que por si só já atesta a qualidade dos produtos.



Ainda em sua plantação fui convidado a observar uma belo ninho de vespas da espécie Marimbondo caboblo, que por sinal se mostraram um pouco "invocadas" com a nossa presença na sua área.

Encontrei outras bem na Janela do Banheiro da sede da ESPLAR.


Por essa região, devido a distância da zona urbana e sua preservação, ainda é possível observar araras, onças pintadas, raposas do sertão e muitos outros bichos da caatinga. Por aqui vi as grandes árvores do Sertão, uma delas foi um belo pé de Angico que ultrapassava os 12 metros de altura.


A verdade é tanta que durante a visita a casa de um dos assentados um curiso menino literalmente me cutucou e disse: -Eu sei onde tem uma Jandaíra!!! Se quiser te levo lá, é pertinho.


Vamos eu disse. Adentramos a mata e caminhamos algumas dezenas de metros, o menino, agíl entre a mata fechada se enveredava cada vez mais e eu, lerdo como uma lesma, ficava para trás. Só escutei o seu grito metros bem a frente. Achei!!!!


Era realmente uma Jandaíra, que por sinal mesmo após as nossas batidas para irritá-las teimou em não querer sair para dá o ar da graça. Daquela cena já saiu uma lição, pedi ao seu pai que não derrubasse aquela árvore pois no futuro iria ensiná-los a como a proveitar as campeiras sem a necessidade de destruir aquela bela planta


Nosso interesse (inicial) é montar 4 meliponários demonstrativos, nas 4 comunidades rurais distintas para que essas colônias sirvam de aprendizado no manejo e matrizes para futuras divisões.


Nos próximos dias estaremos inciando as Oficinas de Manejo (curso básico de meliponcultura) para as famílias que irão participar do projeto modelo. Mas certamente muitas outras irão se integrar após o início oficial dos trabalhos.

Cada comunidade rural receberá do Meliponário do Sertão 20 colônias, perfazendo assim 80 colônias de Jandaíras que irão educar um total de mais 40 famílias no entorno daquela região. Esse projeto é, em grande parte, fruto de muita dedicação do Colega Franderlan, representante da ESPLAR em Quixadá-CE que vem dando uma grande contribuição para a melhoria da vida dos assentados daquela região.

No geral, boa parte dos beneficiados diretamente por esse projeto são originários de assentados pela reforma agrária. É tão verdade que os recursos para a implantação desse projeto vem diretamente do MDA (ministério do Desenvolvimento Agrário) e do FIA (Fundo Intenacional para Agricultura).

Tenho absoluta certeza do sucesso desse empreendimento, sei que ele irá muito longe, como certa vez disse o grande astrônomo Neil Armstrong em sua frase épica: "Este é um pequeno passo para um homem, mas um grande salto para a humanidade", eu diria que esse é pequeno passo para o resgate de uma tradição, mas um grande salto para a Meliponiltura no Sertão do Ceará.

Mossoró-RN, em 1º de fevereiro de 2010.


Kalhil Pereira França

Meliponário do Sertão