sábado, 27 de novembro de 2010

Vídeo de funcionamento da Bomba Coletora de Mel

Conforme solicitado por alguns amigos, estou postando aqui um vídeo produzido por nós durante essa manhã demonstrando o desempenho da bomba coletora de mel produzida pelo nosso Amigo Luiz Alberto Medina, no Rio de Janeiro.

Abaixo segue o Link do youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=ymkSbO4cJDc

Espero que gostem!!!!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Bomba Coletora de Mel de Abelha Sem Ferrão

Essa semana eu mandei buscar algumas colônias que estavam no sítio em Taboleiro Grande-RN, nessa época as minhas colônias do Meliponário Urbano (Mossoró-RN) quase não tem mel e a grande maioria está sendo alimentada com xarope, fato esse que me impossibilita de fazer, como diz o meu amigo Português Joaquim Pífano do Monte do Mel (www.montedomel.blogspot.com) , a famosa "Cresta".

Mas as colônias de lá estão carregadas, pois mesmo nessa época de plena seca várias plantas costuma florar, entre elas temos a Jurema que só flora na minha região no início do mês de Dezembro, por sinal o mel dessa planta é muito bom.

Foi uma tarde muito prazerosa pois pude observar a boa genética de minhas colônias, postura muito boa mesmo para uma época dessa, mas isso graças a existência de bastante mel nas caixas. O trabalho de colher o mel foi quase todo realizado pela minha advogada e namorada (quase noiva) shyrliane. Ela, assim como eu, gosta muito das pequenas Jandaíras e quase sempre me acompanha durante a realização das inspeções de manejo, de tanto acompanhar já está sabendo mais do que eu sobre a vida diária dessa abelhinha que tanto gostamos.

As suas mãos delicadas colheram com grande facilidade um total de quase 3 kg dos mais saboroso mel de Jandaíra, mas também com essa bomba elétrica que foi desenvolvida pelo Luiz Alberto Medina, meu querido amigo e Meliponicultor, é muito fácil de realizar tal atividade. Tem boa pressão, mas ao mesmo tempo não chega a provocar muitas bolhas no mel, fato esse que se em excesso pode prejudicar a conservação do mel das abelhas sem ferrão.


Já fazia mais de 2 meses que tinha recebido essa bomba mas ainda não tinha testado pela falta de oportunidade, essa bombinha cai céu pois vai facilitar e melhorar muito o meu manejo na hora da colheita pois antes usava a bomba odontológica, essa última bate muito o mel provocando muitas bolhas de difícil decantação.

O sistema da bomba é simples pois é feito com motor de aquário, algumas mangueiras de pequeno calibre, uma alça para segurar o equipamento acoplada a uma chave de liga-desliga e um recipiente de vidro hermeticamente fechado para provocar o vaco. Por mim está aprovadíssima tanto para o pequeno meliponicultor como para aqueles que possuem um manejo de maior volume como nós aqui do Meliponário do Sertão.


Essa veio pra mim de presente mas aqueles que desejam adquirir essa bomba coletora de mel para abelhas sem ferrão devem entrar em contato com próprio Luiz Medina através do Tel: (21) 9691-1924 ou (21) 9754-0887, bem como através do e-mail:
caminhando@hotmail.com, tenho certeza que o Medina terá o maior prazer em comercializar essa bomba para todos meliponicultores que acompanham o Meliponário do Sertão.
Ahhh... e tem mais!!! Eu fiquei sabendo que se você falar que viu a bomba no nosso site ele te dará 10% de desconto, rsssss!!!!!
Te coloquei agora numa fria em Medina!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!rsssssssssss
att,
Mossoró-RN, 26 de novembro de 2010.
Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Dia de Alimentação e Manejo...

Nessa época do ano não tem jeito, devido a seca, ao fato de manter muitas abelhas no mesmo lugar e principalmente por estarmos em área urbana, tenho que alimentar as abelhas.
Nessas últimas duas semanas tenho iniciado a alimentação artificial, como já de meu costume alimento minhas pequenas através do alimentador coletivo, maneira mais simples que essa eu não conheço.
O alimentador consiste numa tampa de isopor grande, com um tela por cima para evitar que as abelhas toquem no xarope, é pregada com palitos de dente, muito simples, barato e fácil de fazer não??? Ao lado eu uso colocar alguns tigelas de plástico com cera de apis mistura com a cera de Jandaíra, elas coletam tudo que é uma beleza.

Tem gente que usa o alimentador com raias, eu não gosto por que mesmo assim as abelhas tem acesso ao alimento e acabam se lambuzando muito, da maneira que faço a única coisa que toca o alimento é a língua da abelha, assim elas não perdem tempo se limpando antes de voar, fora que ninguém corre o risco de morrer afogado.

A receita é a de sempre, 10 litros de água + 10 kg de açúcar + suco de 5 limões + uma boa pitada de sal + 25 gramas de Aminomix Pet (suplemento vítamínico) + algumas folhas de capim santo ou erva cidreira. Ferve-se a água e mistura-se o açúcar, o sal e as folhas de capim santo, depois de frio misturo o restante dos ingredientes.

Elas adoram, a média de consumo das minhas caixas tem sido em torno de 4 a 5 litros de xarope dia, isso pode parecer muito mas temos que levar em consideração que tenho atualmente aqui em casa mais de 200 caixas só de Jandaíra e mais algumas de outras espécies. Devido a seca quase todas as abelhas que estavam no sítio em Taboleiro Grande-RN estão aqui, só voltam para lá com o início das chuvas.

Elas tomam xarope e eu fico aí, olhando-as trabalhar tomando meu café, antigamente, devido a esse calorão que anda fazendo por aqui eu tomava uma cervejinha bem gelada, mas devido a recomendações médicas eu tenho evitado pois meus rins não vão muito bem... Mas é prazeroso do mesmo jeito sentar naquele canto e apreciar as minhas meninas durante o banquete. Por isso que é bom lidar com as abelhas sem ferrão, não há riscos de acidentes, quem teria coragem de fazer isso se fosse africanizada???
Junto com o alimentador eu disponibilizo bastante cera misturada, é cera de Jandaíra misturada com cera de apis, pego 1 kg de cera de jandaira e misturo com 1 kg de apis, antes derretia em banho maria, dava um trabalho desgraçado, fora que sujava tudo e a coroa me dava uma broca danada.

Hoje tenho feito de maneira muito simples, corto pedaço das duas ceras e deixo no sol pra derreter, rapaz o sol do meio dia faz isso com a maior facilidade, o restante do trabalho eu deixo pra elas virem coletar.

A aceitação tem sido muito boa, Jandaíra não coleta a cera de apis pura, mas basta juntar alguns pedaço de cera dela que ela vem com força buscar, me parece que é preciso estimular, elas precisam do cheiro da cera de jandaíra pra se sentirem à vontade com a da apis.


Elas tem passado o dia inteiro coletando essa cera, durante as minhas inspeções tenho observado vários potes de cor clara, certamente feito com a cera de apis. É sempre muito importante fazer isso pois as abelhas precisam estar bem fortes para o início do inverno, somente assim irão produzir mel de qualidade e em grande quantidade.
Enquanto elas se alimentavam eu andei abrindo algumas caixas que tenho por aqui, a minha intenção era acompanhar o desenvolvimento de alguns enxames que foram criados recentemente, fiquei muito feliz ao abrir essa caixa pois a postura, mesmo nessa época vai muito bem, sinal que essa rainha tem boa genética e será por mim separada para futuras divisões.

Mas uma coisa que me chamou a atenção foi a forma da postura, as abelhas simplesmente estão fazendo discos quase em pé, a inclinação dos discos está muito grande, totalmente tortos. Eu nem sei porque me espanto com isso pois a Jandaíra não tem padrão de postura, faz de todo jeito, de todo tamanho e formato, não é de se estranhar se eu algum dias descobrir favos em vez de discos...


Dei uma olhada para cima e vi os vagabundos de sempre, esse pessoal aí não gosta de trabalhar mesmo, todo mundo se fartando no xarope e os machos simplesmente ficam aí, nos beiras to telhado da casa só de bobeira, passam horas observando o entre e sai, de vez enquando vejo alguém querendo entrar nos cortiços mas são logo expulsos, bem feito! Quem manda não querer trabalhar!!!!

Ainda estou com alguns troncos em casa com abelhas, estou sem tempo de passar essas abelhas para uma caixa racional, quando olho os troncos me lembro do trabalho que vai dá pra passar, principalmente porque na maioria das vezes trabalho sempre sozinho.

Vocês pensam que é só as Jandaíras e Uruçus que vão alimentador, a minha agressiva Cupira também vai, eu sou facinado por essa espécie, elas são pequenas e bem pretinhas, usam muito barro no seu ninho e são extremamente populosas, muitas ficam na entrada em posição de guarda, sempre com uma cera pegajosa nas patas para lambuzarem os curiosos, vivo com os cabelos cheios de cera devido as essas meninas.
Estou com essa caixa a mais de 6 meses e nunca tive a coragem de abrir, só porque sei da surra que vou levar, prefiro deixa-las aí em paz, são extremamente rústicas, não precisa de meus "agrados".


Essa é uma da prateleiras de caixas de Jandaíras, como essa tem mais algumas dezenas no sítio, por enquanto trouxe várias para casa pois no ano passado eu perdi mais de 30 caixa pra seca, deixei as abelhas lá e não resistiram a falta de florada, esse ano não vou vaciliar, estou trazendo todo mundo para o meliponário urbano. De fome esse ano ninguém morre.


Mais uma prateleira, nessa tem todo tipo de abelha, tem abelha aí que eu nem sei o nome...Mentira, eu sei o nome de todas, rsrsrs.

Aqui em casa é assim, tem abelha em todo canto, só tá faltando eu colocar no banheiro...Bem que não é má idéia!!!!!...

Tem muita caixa antiga e ainda muita abelha no toco pra pra passar...

Tem cortiço de todo tamanho, forma e jeito... Já testei de tudo mas a Jandaíra não tem jeito, faz postura do jeito dela, não do meu....

Alguns cortiços estão precisando de trocar de caixa, em muitas a madeira já deu o que tinha que dá... Bem, não vou mostrar pra todo mundo ficar curioso e querer vim aqui conhecer, nosso meliponário é humilde mas sempre está de portas abertas a todos.
Att,
Mossoró-RN, em 11 de novembro de 2010.
Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O velho e o menino, a primeira chuva...

Ainda é muito cedo quando o velho, com os olhos ainda remelados, levanta da rede põe a cabeça pra fora da janela e começa a espiar o tempo.

Ainda durante a madrugada tinha acordado com o barulho dos trovões e a luz forte dos relâmpagos que ao longe despertavam no velho aquele sentimento de renovação.
Mal se põe de pé e de maneira devagar se dirige ao velho fogão à lenha para preparar o seu forte café.

O menino, ouvindo o rastejado do velho, acorda e se dirige ao quintal. Chega na beira do mato, arreia o calção e urina, em seguida se encaminha em direção à pilha de lenha no fundo da cozinha para coletar alguns gravetos e acender o fogo.

No caminho ele olha pra cima e sente o forte cheiro do mormaço da chuva, que ainda longe, faz escurecer o nascente. Mal dá tempo de olhar e uma gota cai no meio da testa. Ele rapidamente olha os cortiços das jandaíras e percebe o alvoroço das abelhas.
Por um instante ele se encosta na pilastra do alpendre da casa e fica a observar o intenso trabalho das fortes e valentes Jandaíras, cada uma chega mais carregada que a outra.

O vigia a postos na entrada do cortiço não tem descanso, mal se posiciona em guarda e já chega outra abelhinha pedindo licença pra passar. Quando o sol dá uma trégua no sertão as plantas da caatinga retardam o fechamento das flores, fazendo as abelhas trabalharem até altas horas da manhã.
Com um sorriso no rosto o menino entra na cozinha acende o fogo e fala ao avô:
-Vô, já viu o nascente? Vai chuver!
O velho mal espera o menino terminar a pergunta e já responde:
_Já vi meu filho! Tem duas torres de chuva no leste e mais uma montando o nascente. Por isso não se demore. Corra! Tome café e vá logo soltar os bichos, na volta passe na cisterna d'água e prepare as biqueiras.
-Sim senhor!
O velho se levanta e caminha até o alpendre, senta e fica a observar o menino tangendo o gado em direção a baixa grande, nesse instante o vento engrossa e começa a trazer as primeiras gotas de chuva, o mormaço que antes era fraco e quente, agora é forte e refrescante.

O perfume do mato molhado se mistura com o cheiro gostoso da xicará do café na sua mão, a mistura faz despertar no velho as boas lembranças da fartura do inverno; mato verde, açude cheio, rio correndo, peixe a vontade, feijão e milho verde, mel de jandaíra...

Preocupado, o velho se levanta e vai verificar as amarrações dos cortiços de Jandaíras. As abelhinhas, prevendo o início da chuva se recolhem em suas casinhas, simples cortiços de imburana, talhados à mão.
Nessas horas as últimas que chegam carregadas são rapidamente abrigadas e o vigia, já prevendo o aguaceiro, tampa a entrada do cortiço pra evitar a entrada de água. Mal dá tempo para o menino retornar e a chuva começa, as primeiras gotas que eram fracas agora se transformam em chuva torrencial, a correria é grande, as galinhas se abrigam atrepadas no pé de cajarana e o burro se deita no chão coberto pelo pé de Juazeiro.
De repente o forte brilho no céu faz desencadear um forte estrondo na terra, a impressão que se tem é que são Pedro abriu as torneiras do céu e vem lavar a seca do sertão.

O menino, não se contendo de alegria sorri e fala:
-Eita Vô, essa chuva vai ser forte.

O velho, com seu jeito manso e devagar, agora se preocupa e responde:
-Menino! Corra ali e feche a porta do oitão, vá lá no armazém e tire a carne de sol do varal, se não vai molhar todinha!
Tó indo vô. To indo.
Nesse instante cai um mundo d'água, enquanto isso o velho sentado estica os pés na beira do alpendre e fica a sentir a chuva molhar a barra de sua calça. O menino chega e pede ao velho para ir tomar banho de chuva, sem retrucar o velho permite, recomendando apenas o uso das alpergatas nos pés.
O menino tira a camisa e só de calção surrado fica a se molhar no aguaceiro que parece não ter hora pra acabar. Nessa hora o velho vê o menino se banhando e fica a relembrar o passado.

Lembra-se da sua infância, tempos difíceis mas saudosos. Caçula de oito irmãos, filho de agricultores sertanejos, nunca tivera a oportunidade de estudar, pois a lida diária no campo bate muito cedo na porta de uma criança carente do sertão.
Mesmo assim, não tem remorsos. Pelo contrário, se orgulha e muito de sua educação rígida e disciplinada. O amor pela família sempre foi o laço forte numa terra onde o povo esquecido nunca guarda muitas esperanças.

Lembra-se que certa vez apanhou sem nem saber o motivo, simplesmente por que naquele tempo quando um fazia coisa errada, todos apanhavam pra ninguém sair mangando do outro, agora ria do passado mas à época aquilo lhe parecia meio injusto.

A chuva com o tempo vai se enfraquecendo, o menino já cansado de tanto se banhar se abriga com os lábios roxos e os dedos enrrugados. Ainda molhado corre em direção a cisterna e retira a biqueira, tampa e volta ao alpendre.

O velho, com seu jeito acolhedor, busca uma toalha e encobre o menino para socorrê-lo do frio, nesse instante os dois voltam a sentar no beiral do alpendre e passam a contemplar o belo arco-íris que se forna no poente.
-Vô, como nosso sertão é bonito! Mesmo diante de tanto aperreio eu gosto tanto desse lugar, desse cheiro de mato molhado, desse barulho do vento, do canto do bem-te-vi, da zoada do grilo a noite...

O velho olha o menino e sorri respondendo serenamente:
-Eu também meu filho, eu também...

O tempo parece parar nesse momento, o menino já não teme as dificuldades da lida no sertão, pois sente que o inverno está próximo e que as boas novas de São Pedro logo chegaram pra ficar por alguns meses, trazendo fartura e beleza ao sertão, sente que mais uma vez provará o mel Jandaíra que tanto gosta.

A chuva aos poucos vai passando e o sol vem novamente mostrando a sua força. O velho se recolhe com o menino e vão em direção a cozinha preparar o almoço do dia.
Continua....
Mossoró-RN, em 08 de novembro de 2010.
Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Vídeo Curso de Meliponicultura

Prezados amigos, estou postando aqui no nosso site uma série de links para que os nossos seguidores possam baixar um vídeo curso muito bom que se encontra disponível para download.
Nesse video curso você vai encontrar muita informação sobre a Biologia das abelhas sem ferão e algumas tecnicas de criação. É um excelente video curso coordenado pelo Prof Huertas (UFV).
O video curso e composto por 16 partes devendo baixar todas e descopaquitar, tamanho total é 700mb, em formato avi, a qualidade é boa.
Os links estão colocados abaixo do nosso arquivo, é só ir lá clicar e baixar.
att,
Mossoró-RN, em 03 de novembro de 2010.
Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão

É puro mesmo???

O telefone toca e a pessoa do outro lado da linha me pergunta:
-É do Meliponário do Sertão?
-Sim, é sim, é o Kalhil que está falando.
-Você tem mel de Jandaíra pra vender?
-Sim, temos sim, por sinal um dos melhores méis de abelhas sem ferrão do Brasil.
-Mas é puro mesmo???...

Rapaz, pense numa coisa que me deixa com raiva é o camarada me perguntar se o nosso mel é puro!!! A vontade que tenho é de dizer:

Não, é puro não, é misturado com merda de vaca, pelagem de macaco, cuspi de cabra, unha de bode, catarro de cobra e de quebra, com pitada de urina de tatu.

Ora, quem faz essa pergunta parte do pressuposto que sou desonesto.

Mas juro que a chateação é momentânea, pois sei que tem muita gente que vende gato por lebre, é muito comum eu encontrar gente vendendo mel “puro” de Jandaíra a R$ 10, 15, 20 o litro.

Nessa época do ano eu conto nos dedos os meliponicultores que tem algum mel estocado, mesmo os grandes estão com seus estoques no limite. Não há mel pra se vender, nem muito menos para se produzir em plena estiagem, quem é inteligente nessa época está é alimentando suas abelhas para não perdê-las de fome na seca.

Então quando vejo mel de jandaíra sendo vendido nessa época do ano eu fico logo, como diz o matuto por aqui, “escabriado”, o sinalzinho de alerta liga praticamente na hora. Se o preço for baixo aí é que não compro mesmo...bem, mas eu sou suspeito pra falar...

Mas tem gente que vê vantagem em comprar esses produtos de origem duvidosa, pois bem, tem gente pra tudo nesse mundo.

Em toda a minha vida eu sempre fui educado pelos meus Pais a ser sempre muito correto com as pessoas, a nunca passar por cima de ninguém ou mesmo utilizar de recursos obscuros para tirar proveito dos outros.

Mesmo muito chateado com a pergunta infeliz do interlocutor, respondo da seguinte maneira antes de contar até três:

-Meu prezado, nosso mel é puro sim, produzido no interior do Estado do Rio Grande do Norte, em uma região muito bonita e ainda muito bem preservada, onde, no período de chuvas, floresce uma mata verde oliva produtora de néctar claro e saboroso, lugar pequeno e muito humilde, mas rico em vida e alegria, onde as minhas jandaíras guardam o segredo do verdadeiro sabor do sertão. Apenas para complementar, o nosso mel ficou em Primeiro lugar no ano de 2009 no Concurso Nacional de Mel de abelhas sem Ferrão realizado pela Associação de Meliponicultores do Estado do Rio de Janeiro, certeza de sabor, PUREZA e qualidade.

Uma pergunta muito comum que me fazem é como saber se o mel é puro de verdade, eu só conheço três maneiras, a primeira é você comprar mel somente de meliponicultores conhecidos, pessoas de índole e que já são conhecidas pela qualidade de seus produtos.

A outra é você observar a coleta e envaze sendo feitos diretamente pelo produtor, assim você vai saber que realmente o que está comprando foi aquilo que realmente foi colhido.

Por fim, antes de comprar, mande uma amostra para o laboratório e peça uma análise físico-química do mel, mesmo assim pode ser que essa análise não seja conclusiva por que algumas substâncias acabam camuflando o resultado.

Então meus prezados, eu prefiro a primeira opção, afinal de contas ainda existe gente honesta nesse mundo.

Att,

Mossoró-RN, em 03 de novembro de 2010.

Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão