O telefone toca e a pessoa do outro lado da linha me pergunta:
-É do Meliponário do Sertão?
-Sim, é sim, é o Kalhil que está falando.
-Você tem mel de Jandaíra pra vender?
-Sim, temos sim, por sinal um dos melhores méis de abelhas sem ferrão do Brasil.
-Mas é puro mesmo???...
Rapaz, pense numa coisa que me deixa com raiva é o camarada me perguntar se o nosso mel é puro!!! A vontade que tenho é de dizer:
Não, é puro não, é misturado com merda de vaca, pelagem de macaco, cuspi de cabra, unha de bode, catarro de cobra e de quebra, com pitada de urina de tatu.
Ora, quem faz essa pergunta parte do pressuposto que sou desonesto.
Mas juro que a chateação é momentânea, pois sei que tem muita gente que vende gato por lebre, é muito comum eu encontrar gente vendendo mel “puro” de Jandaíra a R$ 10, 15, 20 o litro.
Nessa época do ano eu conto nos dedos os meliponicultores que tem algum mel estocado, mesmo os grandes estão com seus estoques no limite. Não há mel pra se vender, nem muito menos para se produzir em plena estiagem, quem é inteligente nessa época está é alimentando suas abelhas para não perdê-las de fome na seca.
Então quando vejo mel de jandaíra sendo vendido nessa época do ano eu fico logo, como diz o matuto por aqui, “escabriado”, o sinalzinho de alerta liga praticamente na hora. Se o preço for baixo aí é que não compro mesmo...bem, mas eu sou suspeito pra falar...
Mas tem gente que vê vantagem em comprar esses produtos de origem duvidosa, pois bem, tem gente pra tudo nesse mundo.
Em toda a minha vida eu sempre fui educado pelos meus Pais a ser sempre muito correto com as pessoas, a nunca passar por cima de ninguém ou mesmo utilizar de recursos obscuros para tirar proveito dos outros.
Mesmo muito chateado com a pergunta infeliz do interlocutor, respondo da seguinte maneira antes de contar até três:
-Meu prezado, nosso mel é puro sim, produzido no interior do Estado do Rio Grande do Norte, em uma região muito bonita e ainda muito bem preservada, onde, no período de chuvas, floresce uma mata verde oliva produtora de néctar claro e saboroso, lugar pequeno e muito humilde, mas rico em vida e alegria, onde as minhas jandaíras guardam o segredo do verdadeiro sabor do sertão. Apenas para complementar, o nosso mel ficou em Primeiro lugar no ano de 2009 no Concurso Nacional de Mel de abelhas sem Ferrão realizado pela Associação de Meliponicultores do Estado do Rio de Janeiro, certeza de sabor, PUREZA e qualidade.
Uma pergunta muito comum que me fazem é como saber se o mel é puro de verdade, eu só conheço três maneiras, a primeira é você comprar mel somente de meliponicultores conhecidos, pessoas de índole e que já são conhecidas pela qualidade de seus produtos.
A outra é você observar a coleta e envaze sendo feitos diretamente pelo produtor, assim você vai saber que realmente o que está comprando foi aquilo que realmente foi colhido.
Por fim, antes de comprar, mande uma amostra para o laboratório e peça uma análise físico-química do mel, mesmo assim pode ser que essa análise não seja conclusiva por que algumas substâncias acabam camuflando o resultado.
Então meus prezados, eu prefiro a primeira opção, afinal de contas ainda existe gente honesta nesse mundo.
Att,
Mossoró-RN, em 03 de novembro de 2010.
Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão
-É do Meliponário do Sertão?
-Sim, é sim, é o Kalhil que está falando.
-Você tem mel de Jandaíra pra vender?
-Sim, temos sim, por sinal um dos melhores méis de abelhas sem ferrão do Brasil.
-Mas é puro mesmo???...
Rapaz, pense numa coisa que me deixa com raiva é o camarada me perguntar se o nosso mel é puro!!! A vontade que tenho é de dizer:
Não, é puro não, é misturado com merda de vaca, pelagem de macaco, cuspi de cabra, unha de bode, catarro de cobra e de quebra, com pitada de urina de tatu.
Ora, quem faz essa pergunta parte do pressuposto que sou desonesto.
Mas juro que a chateação é momentânea, pois sei que tem muita gente que vende gato por lebre, é muito comum eu encontrar gente vendendo mel “puro” de Jandaíra a R$ 10, 15, 20 o litro.
Nessa época do ano eu conto nos dedos os meliponicultores que tem algum mel estocado, mesmo os grandes estão com seus estoques no limite. Não há mel pra se vender, nem muito menos para se produzir em plena estiagem, quem é inteligente nessa época está é alimentando suas abelhas para não perdê-las de fome na seca.
Então quando vejo mel de jandaíra sendo vendido nessa época do ano eu fico logo, como diz o matuto por aqui, “escabriado”, o sinalzinho de alerta liga praticamente na hora. Se o preço for baixo aí é que não compro mesmo...bem, mas eu sou suspeito pra falar...
Mas tem gente que vê vantagem em comprar esses produtos de origem duvidosa, pois bem, tem gente pra tudo nesse mundo.
Em toda a minha vida eu sempre fui educado pelos meus Pais a ser sempre muito correto com as pessoas, a nunca passar por cima de ninguém ou mesmo utilizar de recursos obscuros para tirar proveito dos outros.
Mesmo muito chateado com a pergunta infeliz do interlocutor, respondo da seguinte maneira antes de contar até três:
-Meu prezado, nosso mel é puro sim, produzido no interior do Estado do Rio Grande do Norte, em uma região muito bonita e ainda muito bem preservada, onde, no período de chuvas, floresce uma mata verde oliva produtora de néctar claro e saboroso, lugar pequeno e muito humilde, mas rico em vida e alegria, onde as minhas jandaíras guardam o segredo do verdadeiro sabor do sertão. Apenas para complementar, o nosso mel ficou em Primeiro lugar no ano de 2009 no Concurso Nacional de Mel de abelhas sem Ferrão realizado pela Associação de Meliponicultores do Estado do Rio de Janeiro, certeza de sabor, PUREZA e qualidade.
Uma pergunta muito comum que me fazem é como saber se o mel é puro de verdade, eu só conheço três maneiras, a primeira é você comprar mel somente de meliponicultores conhecidos, pessoas de índole e que já são conhecidas pela qualidade de seus produtos.
A outra é você observar a coleta e envaze sendo feitos diretamente pelo produtor, assim você vai saber que realmente o que está comprando foi aquilo que realmente foi colhido.
Por fim, antes de comprar, mande uma amostra para o laboratório e peça uma análise físico-química do mel, mesmo assim pode ser que essa análise não seja conclusiva por que algumas substâncias acabam camuflando o resultado.
Então meus prezados, eu prefiro a primeira opção, afinal de contas ainda existe gente honesta nesse mundo.
Att,
Mossoró-RN, em 03 de novembro de 2010.
Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão
É ainda preocupante a cituação das pessoas ter o senso de desconfiar e ignorar o trabalho sério com responsabilidade que é feito pelos meliponicultores de todo o Brasil. Fico triste em saber que as pessoas ficam comprando méis por aí ainda falsos, os falsificadores fazem xarope de açucar e colocam a essência de mel para desfaçar.
ResponderExcluirUm abraço!
Antonio Coelho
Petrolina-PE