quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

PITO Anti-Forídeo II (por Oderno Theves)

Conforme solicitado por vários visitantes do Meliponário do Sertão, entrei novamente em contato com o amigo Oderno para que ele mesmo nos explicasse a eficiência e o modo de fazer o Pito anti-forídeo, o colega prontamente me respondeu nessa tarde com todos os detalhes para a confecção do instrumento que é extremante fácil de fazer, barato e conforme já comentado, extremamente eficiente.

PITO Anti-Forídeo


Material necessário para construir o pito Anti-Forídeo:


- Um pedaço de tela metálica bem fina de Inox, latão ou de ferro zincado de aproximadamente 6 x 4 cm.

- Uma tampa de pote de remédios, com as dimenções aproximadas das da foto.

- Uma arruela de plástico duro (no protótipo foi usado uma arruela de fenolite). Peça opcional conforme o texto.

- Um pouco de cola adesiva para plásticos ou cola quente, aquela da pistola.


Moldagem da telinha e montagem do conjunto.


- Faça um furo com uma broca de 12 mm no centro da tampa plástica, no caso do protótipo, igual ao furo da caixa das abelhas.

- Numa fôrma de aproximadamente 8mm de diâmetro, molde a telinha de metal, até que ela fique com um diâmetro interno de aproximadamente 10mm.

- Introduza uma broca de 10mm no cilindro e proceda na soldagem da emenda do tubo, com estanho ou com cola quente. No protótipo foi usada tela de inox e a costura foi soldada com estanho.

- Observação: Para leigos em soldagem, não se aconselha a tentativa de soldar com estanho a tela de inox.


A fixação do tubo de tela a tampa plástica, dependerá um pouco da habilidade de cada um. A fixação poderá ser efetuada com um pouco de cola quente, em ambos os lados da tampa plástica.

No protótipo, foi feito uma pequena virola num dos extremos do tubo de tela, de aproximadamente 2mm e esta virola foi colada e prensada entre a tampa plástica e a arruela de fenolite.

Seguem mais fotos do dispositivo.


Instalação do pito na entrada da caixa.


Ao instalar o pito, deixe um espaço de 4cm entre a parede da caixa e a tampa plástica.

As abelhas praticamente ignoram a instalação do pito,

pois elas sempre virão voando e entrarão na colméia sem dificuldade.

Para ter efeito maior, passe um pouco de pomada de vaselina na parte de trás da tampa plástica.


Como funciona o Pito Anti-Forídeo.


O forídeo, normalmente para acessar a entrada da colméia, vem correndo pelas paredes da caixa e entra rapidamente pela porta de entrada das abelhas.

Com o Pito, a entrada dele será barrada pela telinha do tubo. Como o forídeo é atraído pelo cheiro que vem de dentro da caixa ele insistirá em entrar pelo caminho mais curto e acabará desistindo do intento. Nem todos serão barrados, pois sempre tem aqueles mais espertinhos, que acessarão a entrada voando.

Na prática, tem-se observado uma diminuição na invasão de forídeos de 70 a 80%.


Dispositivo elaborado por:

ODERNO A. THEVES

Cruzeiro do Sul – RS

oderno@gmail.com


Certamente, esse dispositivo será aprimorado, mas já é uma evolução na redução desse problemas, principalmente nas regiões mais úmidas do País onde essa mosquinha se prolifera com maior facilidade.


att,


Mossoró-RN, em 16 de dezembro de 2009.


Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Pito Anti-forídeo

Todo mundo sabe que o maior inímigo da Meliponas em geral é o forídeo. O forídeo, como já foi por diversas vezes aqui explicado, é uma mosquinha que em colônias fracas acaba entrando nas caixas e se reproduz com muito facilidade nos potes de pólen, destruindo rapidamente toda a colônia em poucas semanas.

Dessa maneira, o amigo e Meliponicultor Oderno de Lajeado-RS, inventou uma maneira de combater, ou pelo menos reduzir, a entrada dos forídeos, ele bolou uma entrada ou Pito anti-forídeo.


Ao observar o comportamento da mosca, foi descoberto por ele que o forídeo usa o cheiro como a principal maneira de localizar as colônias com dificuldades, ao pousar sobre a caixa o forídeo caminha até a entrada se baseando pelo cheiro originário do pequeno orifício.


Porém, ao chegar na entrada o forídeo não consegue entrar pois mesmo sentindo o cheiro não sabe localizar a entrada de maneira correta pois o pito de entrada é todo vazado com micro furos que confundem a orientação do forídeo.


O fato é que o instrumento é muito fácil de ser feito e segundo o fabricante, impede ou mesmo reduz de forma segura a entrada dos malditos forídeos, por aqui os forídeos a tempos não me provocam perdas, principalmente devido ao clima bem mais quente que não favorece o seu aparecimento, contudo pretendo testar esse instrumento em colônias mais novas que são alvos certos das malditas mosquinhas.

att,

Mossoró-RN, em 15 de dezembro de 2009.

Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão
_____________

Henrique disse...
Como são os furos que devem ser feitos no pito??
Ou usando apenas essa tampinha em volta da entrada dá certo?
15 de dezembro de 2009 17:22Excluir


Kalhil disse...
São micro furos, o ideal é usar uma telinha de metal bem fina onde o forídeo não possa passar, não sei exatamente a espessura desses micro furos, vou entrar em contato com o Oderno para que explique mais detalhes.

Se usar só a tampinha não vai resolver, é preciso que o forídeo reconheça o cheiro, e tente entrar da maneira mais fácil, contudo não vai ser esperto suficiente para saber que tem que caminhar um pouco mais até a tampinha.

Kalhil Pereira França

www.meliponariodosertao.blogspot.com


Anônimo disse...
Seria interessante que essa armadilha fosse melhor explicada pois as meliponas e trigonas agradeceriam muito.

16 de dezembro de 2009 10:50
Excluir
Kalhil disse...
Pessoal, já enviei um e-mail ao Oderno para que ele nos explique melhor sua invenção, não posso dá muitos detalhes pois só recebi as fotos, certamente ele nos brindará com outros detalhes
importantes.

Kalhil Pereira França
www.meliponariodosertao.blogspot.com

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Quis ajudar e só levou aperto, rsrs!!!

Prezados colegas.

Vejam essa história que serve apenas para ilustrar o comportamento das abelhas sem ferrão:

Estava eu estudando o comportamento de postura das Tíubas, que por sinal é bem diferente das Jandaíras, e me deparei com seguinte cena.

A rainha inicia o ritual de postura determinando que as obreiras façam o enchimento da célula de cria com alimento; após as obreiras realizarem a colocação do alimento ela ordena que as obreiras rainhas coloquem ovos alimentares, plenamente obedecido, a rainha come 4 ovos tróficos (ovo alimentar real) seguidos e coloca o seu ovo, que por sinal é mais gordinho que o da obreira rainha.

Após colocar seu ovo, realiza o mesmo procedimento por 5 vezes consecutivas, sem intervalo, era terminando uma célula e inciando a postura em outra, sempre comendo de 3 a 4 ovos alimentares.

Na 6ª vez que ela iniciou o processo uma coisa diferente aconteceu, quando ela foi colocar o 6º ovo ela não consegui, saiu da célula deu mais umas duas baforadas (a baforada dentro da célula libera feromônio Juvenil que impede o desenvolvimento do genes de rainha, ou seja, daquela célula nascerá uma obreira e não princesa)... tentou de novo, mais uma vez ela não consegui, acho que falou assim:- poxa, não tó bem!!! Mas sou brasileira e não desisto nunca!!!

Tentou por mais 3 vezes e não consegui. Saiu da célula e foi ovopositar em outra;
(Ela não consegui pois talvez o ovo seguinte ainda não estivesse pronto para ser liberado, mas como elas está sendo estimulada a ovopositar está a todo tempo determinando a construção de células de cria).

Quando ela saiu de cima da célula de cria a obreira rainha (que era pangolim: pangolim é o nome dado pelo Mestre Cappas as obreiras rainhas dominantes, geralmente são as de maior forma) se aproximou e observou que rainha não tinha realizado a postura, sabem o que ela fez????

Assumiu o lugar da rainha e determinou (através do mesmos comandos) que a obreira que estava com a rainha colocasse mais alimento, duas outras obreiras colocaram um pouco mais de alimento, uma terceira veio e colocou um ovo alimentar, a obreira dominante comeu esse ovo e ovopositou o seu ovo.

Nesse intervalo a rainha já estava iniciando outro processo de postura no disco superior de forma normal. Quando lá de cima do disco ela viu que as obreiras rainhas estavam realizando um ritual de postura. Sabem o que ela fez???

Rapaz foi muito engraçado!!! Ela desceu do disco e saiu correndo batendo as asas freneticamente (esse comportamento de bater as asas dessa maneira indica que a rainha está a liberar o feromônio corporal real, este feromônio é típico da elite real, exclusivo da rainha fisiogástrica) em direção ao ritual de postura da pangolim, quando chegou lá, abriu a boca e deu uma baforada na cara da pangolim meio que dizendo assim: Ei porra, tá doida??? Quem manda nessa parada aqui sou eu!!!

(Na verdade, nessa última baforada a rainha libera o Feromônio Mandibular Real -FMR, indicando a pangolim que quem é a rainha é ela, e que esse comportamento da pangolim não é permitido, rs)

A Pangolim ficou atordoada, abaixou a cabeça e a rainha passou a descer o sermão, batendo com as patas dianteiras na cabeça da Pangolim e abrindo e fechando a boca.

(O ato de bater levemente com as patas dianteiras cabeça das obreiras-rainhas significa que a rainha está literalmente passando o seu cheiro para aquela obreira-rainha, a rainha, na verdade, ao bater alisa os pelos da cabeça da abelha passando o seu cheiro de dominância para que aquela abelha passa a circular com o cheiro da rainha, espalhando nos 4 quanto da colônia que aquele cheiro é o real.)

Uma outra obreira que acompanhava a rainha veio do seu lado e retirou quase que no "braço" a obreira que já estava celando a célula que tinha sido posta pela pangolim. A bichinha deve ter dito assim: Calma!! Que que eu fiz de errado??!1??

Em seguida, uma outra obreira fiel da rainha veio por trás dela e abriu a célula de cria e comeu o ovo da pangolim. A rainha então tentou realizar a postura novamente e dessa vez conseguiu. rs.

Eu acho que aquela pongolim nem era rival da rainha, pelo contrário, pois eu percebi que ela até estava fazendo parte dos rituais anteriores das rainhas, mas como a rainha não tinha conseguido colocar o ovo dela eu acho que ela quis "ajudar", deve ter pensado assim: há, se ela não conseguiu, eu vou por o meu aqui para não disperdiçar o trabalho da galera.

Algumas obreiras comuns devem ter concordado: Pô, é isso mesmo, tanto trabalho pra nada, vai lá que a gente te ajuda. (as duas obreiras que encheram de novo a célula para a pangolim).

Mas aí a rainha, com ciúmes, decidiu que NÃO, deve ter por fim pensado assim: AQUI É BAGUNÇADO MAS TEM GERÊNCIA, RSRS!!!!! Quem manda aqui sou eu e pronto, rsrs!!!!

att,

Um abraço a todos,

Kalhil Pereira França
www.meliponariodosertao.blogspot.com
Mossoró-RN

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Cappas disse...

Prezado Kalhil ,

Gostei muito dessas suas observações, agora já sei que mais alguém observa o que eu vejo(rsrssrsrsr). Isto que conta acontece também em outras Meliponas. Claro que em Jandaira a coisa é bem diferente pois se baseia em regras sociais também algo diferentes ( Afinal a jandaira é uma Melipona da Seca ).

O amigo errou só num ponto: A rainha mãe ordena para que obreiras normais coloquem ovos alimentares. Pois o trabalho de uma obreira é colocar ovos alimentares. Ou seja ovos colocados antes do ovo da rainha mãe. Neste processo não entra as obreiras rainhas a botar ovo.

As obreiras rainhas colocam ovo só depois da rainha mãe ter colocado o seu ou então numa célula em que a rainha não fez postura , como o amigo relatou e bem nesta historia. ( Mas neste caso a sua pangolim não estava colocando ovos férteis na sua perfeição, pois seus ovários ainda estavam algo dominado pelos Feromonas Reais da rainha , é por causa dos Sermões, entende Kalhil ? )

Na Tiuba as obreiras normais colocam ovos alimentares típicos ou seja ovos inférteis . Em algumas colónias órfãs não nasce nada pois as obreiras rainhas ficam de tal maneira castradas que não conseguem colocar ovos férteis viáveis , isso porque muitas obreiras rainhas se neutralizam. Se por algum motivo aparecer uma líder que consiga dominar e coordenar as elites , podem nascer machos, mas pelo que sei é raro.


Como podem ver é o Feromona Mandibular Real a actuar, agora quem pode dizer que ele não existe ?

Esse método de bafo com sapateado é uma forma muito violenta de Sermão.

Como pode ver amigo Kalhil a rainha mãe passava as patas pelas suas mandíbulas a uma alta velocidade para estas ficarem bem perfumadas antes do batuque na cabeça dessa pangolim.

[...A Pangolim ficou atordoada, abaixou a cabeça e rainha passou a descer o sermão, batendo com as patas dianteiras na cabeça da Pangolim e abrindo e fechando a boca...]

Nesse momento ela abre e fecha as mandíbulas para fazer descarregar o Feromona Mandibular Real , pois ao abrir espreme a glândula mandibular ... o abrir e fechar a boca é uma forma de ordenhar a glândula.

Dr. João Pedro Cappas
Portugal


Prezado Mestre, venho me dedicando a fundo ao estudo do comportamento das meliponas, principalmente dos rituais de postura, pra mim é um prazer observar esses detalhes comportamentais que são inerentes as ASF.

Há muito a se descobrir no mundo das abelhas sem ferrão...

Um grande abraço e obrigado pela orientação no presente estudo.

att,

Kalhil Pereira França

www.meliponariodosertao.blogspot.com


Wilhans H. Pereira disse...

amigo Kalhil,
Muito bom seu relato amigo, vejo que vc é um ótimo observador do comportamento das asf!
Eu achei muito legal o jeito com que vc conta o q viu, principalmente as falas das abelhas! hehehe
Parabens amigo, continue assim sempre alegre!!!
Abraços!


Obrigado Wilhans, na verdade, ao estudar os rituais de postura eu tento pensar com as abelhas, rsrs. Mas certamente as "falas" são bem mais complexas que a singelas frase por mim pensadas..

att,

Kalhil

sábado, 5 de dezembro de 2009

Promoção de colônias

O Meliponário do Sertão está fazendo uma
super promoção de fim de ano!!!

Colônias de Jandaíra
(melipona subnitida) com 25% de desconto.


Colônia que custa R$ 200, por apenas R$ 150 + sedex

Enviaremos ainda de brinde 01(um) DVD com 2 Cursos de Meliponicultura.


Promoção imperdível e por tempo limitado (até o dia 20/12) Aproveitem!!!

Outras informações em contato conosco.

kalhil_p@yahoo.com.br
84 9150 2506

Abraço a todos,

Kalhil Pereira França Mossoró-RN
www.meliponariodosertao.blogspot.com

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Parece Apis mas não é!!!

Ando bastante gripado sem nenhuma motivação para escrever no blog nem muito menos cuidar de minhas abelhas sem ferrão, em especial as Jandaíras. Contudo, como não posso deixar de registar alguma coisa nesse espaço durante esta semana. Acabei por postar esse filme abaixo apenas para ilustrar a população de uma colônia de Jandaíra que será, assim que me recupere, desdobrada.



No vídeo acima viso ilustrar quando uma colônia matriz se encontra, em termos populacionais, adequada para ceder abelhas para uma divisão. Observem que as abelhas, mesmo após as minhas batidas na caixa no intuito de irritá-las, não chegam a me atacar, somente uma que me estranhou e me deu uma beliscada, isso se deve ao fato das abelhas já reconherem o meu cheiro com amigo.

Se outra pessoa tive feito essa mesma brincadeira com as abelhas elas teriam atacado sem pena, aí queria vê se o camarada iria ficar assim brincando como fiquei. Elas não tem ferrão mas beliscam que uma beleza.

att,
Mossoró-RN, 30 de novembro de 2009.


Kalhil Pereira França
Meliponario do Sertão

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Colméias de luxo para abelhas sem ferrão


Na cidade de Nova Trento - SC, existe um grande artesão que faz coisas incríveis com madeira, o nome dele é Ivo Rezzini e entre os seus produtos está a confecção de colméias de luxo para Abelhas sem Ferrão. As colméias são confeccionadas no estilo chalé, com varanda e tudo, são feitas com grande capricho e dedicação desse grande artesão que também é meliponicultor nas horas vagas.


Sou grande admirador do trabalho do Ivo pois nunca vi colméias tão bonitas, fora que ele não faz só faz só isso, há diversos outros produtos que são feitos com a mesma beleza, corrimão e escadas, adegas e muito mais.

Infelizmente, devido a distância não tenho como adquirir várias caixas dessas pois o frete ficaria caríssimo, mas pretendo no futuro próximo adquirir algumas para servir de modelo para as minhas pequenas Jandaíras.

Quem quiser saber mais sobre esse e outros produtos entrem em contato com o Ivo Rezzini, através de seu blog: http://artezzini.blogspot.com, vale a pena dá uma passadinha nesse belo espaço de luxo e beleza.

att,
Mossoró-RN, 24 de novembro de 2009.


Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão

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Anônimo disse...

Nossa!!! Que caixas belas, como faço para comprá-las, vc sabe o preço Kalhil???

Bruno Capel
Curitiba-PR


Olá Bruno, não me lembro o preço, mas é justo pois o trabalho é muito bonito e feito com muito capricho, fora que a madeira é de boa qualidade e dura uma eternidade. Entre em contato com ele atráves do seu blog que certamente ele terá todo prazer em lhe atender.

Kalhil Pereira França

Anônimo disse...

Olá Kalhil, tudo legal? Muito legal este post sobre este artesão, e realmente com caixas bonitas como essa as "patroas" não colocarão empecilho para termos abelhas próximas às nossas residências, haja vista à inegável beleza estética das mesmas rsss
Olha, finalmente vou lhe mandar um e-mail para o seu endereço que está ao lado para saber sobre se ainda está de pé o lance dos discos de cria. Até mais. Francisco Mello.


Olá Amigo Francisco, as caixas são muito bem feitas, são lindas e certamente toda mulher gostaria de ter uma dessas para enfeitar o seu Jardim. Pena o Ivo morar tão longe, se não já teria comprado várias caixas dessas, quanto aos discos eu já te respondi através do seu e-mail, mandei discos para vários lugares.

Abraço,

Kalhil Pereira França

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Jandaíras no Rio de Janeiro-RJ

Desafiando o ar pessimista de alguns meliponicultores, é possível sim criar abelhas sem ferrão fora de seu habitat natural. A exemplo disso recebi fotos de uma colônia de Jandaíras enviada por nós a quase um ano ao meliponicultor Luiz Medina, no Estado do Rio de Janeiro (capital) que estão no mesmo padrão de postura (se não até melhor) de nossas matrizes do Meliponário Urbano.


As abelhas cresceram tanto que subiram a postura para o sobre ninho da caixa modelo INPA Jandaíra, na foto, podemos observar que o colega adaptou uma mangueirinha que liga uma tampinha que serve de alimentador interno, acontece que a colônia cresceu tanto que passou ocupar todo o espaço da mangueira, rsrs.


Nesses casos a retira dos discos de cria para uma divisão tem que ser feita com uma faquinha de mesa para partir o disco de cria ao meio pois a postura está sendo desenvolvida para uns dos lados da caixa. Jandaíra faz isso com regularidade, raramente faz discos de cria uniformes, quase sempre vão espalhando a postura por todos os cantos da caixa de forma meio aleatória.


A outra colônia (caixa Branca) é a que pertence a Associação de Meliponicultores do RJ (AME-Rio) e foi por nós doado alguns meses, o Medina me solicitou alguns discos de cria para ajudar na sua divisão, discos esses que serão enviados nessa segunda feira juntamente com o restante da caixa da AME-Rio, a colônia já cresceu muito e precisa de mais espaço.

Percebesse claramente que as duas colônias vivem em condições bem diferentes e mesmo assim as rainhas estão literalmente "bobando" na postura, vejam que a colônia da AME-Rio (caixa branca) por viver em uma área bem mais úmida, está marcada com entrada caixa por um mancha escorrida, isso é fruto do trabalho das abelhas no intuito de reduzir a umidade da caixa elas retiram a água acumulada durante a noite úmida da Serra de Petrópolis.


Já a colônia do Medina está limpinha, não possui praticamente nenhuma marca de retirada de água pelas abelhas, isso se deve ao fato da colônia do Medina está em área urbana, com umidade bem reduzida, detalhe, essa caixa está instalada numa varandinha de um prédio bem alto no centro da Tijuca, rs.


Se bem cuidadas e alimentadas, é possível criar as Abelhas sem ferrão em qualquer lugar do País, basta saber aprender a manejá-las como se devem e ajudá-las no seu desenvolvimento.

No final, um pouco de carinho e atenção é bom para todo mundo, até para as abelhas.

att,

Mossoró-RN, 22 de novembro de 2009.


Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão

sábado, 21 de novembro de 2009

A Meliponicultura no Brasil

Acabamos de receber escaneada a nossa reportagem sobre as ASF que está circulando na Brasil e no Mundo através da Revista O Apicultor. Mais uma fonte de divulgação e apoio a Meliponicultura.

No geral ficou muito boa, como foi publicada de surpresa, sem a realização de uma revisão no texto, não deu tempo de realizar as correções de ordem técnica, mas entrarei em contato com Mestre Pífano solicitando as correções na "errata" da próxima edição da revista.

Gostaria de agradecer imensamente ao Amigo Pífano por dar essa oportunidade de divulgar nossas abelhas e nosso trabalho, não sei nem como agradecer por tão honrosa oferenda, espero muito poder retribuir.

Abaixo segue a Capa da Revista (ed. 66) e corpo de nossa reportagem.

(Para ler basta clicar sobre as fotos)





Um grande Abraço a Todos,

Att,

Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Uma abelha a tempos esperada

Quase não tenho dormido nesses últimos dias, muito mais por questões acadêmicas que estão tomando demasiadamente meu tempo, pouco tenho ido ao meliponário rural, estou até preocupado pois faz um tempão que não dou o ar da graça para tratar algumas colônias que a poucos meses foram removidas para lá.

(abelha Tiúba)

(clique nas fotos para ampliar)

Porém, a minha insônia nesses últimos dois dias foi agravada pela espera anciosa por umas colônias de abelhas que a tempos esperava pela oportunidade de criá-las, são as Tiúbas (Melipona compressipes fasciculata), também conhecida por Uruçu-cinzenta, é uma abelha sem ferrão típica da região do Maranhão e Piauí. Já as conhecia mas não as possuia em nossos meliponários, são abelhas grandes, do tamanho das apis, as colônias são populosas e podem chegar acima das 2.000 abelhas facilmente.

(a vigia, incansável sentinela)

Após colocá-las em seu local definitivo e retirar a tela de transporte tive o imenso prazer de vê-las sair alvoroçadas para trabalhar, imediatamente fizeram o vôo de reconhecimento da área da nova morada e pouco tempo depois já iniciaram a retirada do lixo produzido durante a viagem.

(Tiúba retirando lixo de casa)

A tiúba produz um dos méis mais saboroso que já pude provar na minha vida, não há nem como descrever o sabor pois ele é de uma pureza e peculiaridade que não há comparação.

(abelha Tiúba)

Por aqui, iremos criá-las com muito amor e cuidado, serão nossas meninas de ouro, num futuro próximo serão multiplicadas e sua criação será ampliada. Fui trabalhar hoje com o pensamento mais em casa do que na repartição.

Mesmo tendo um bom conhecimento sobre as ASF em geral, pouco sei sobre os segredos dessa abelha, por isso terei que contar com as dicas dos amigos maranhenses.

É senhores, quem pratica meliponicultura com gosto e com amor fica assim como eu, abobalhado quando recebe um nova espécie, a sensação é a parecida com a de uma criança que recebe um presente e não vê a hora de poder brincar com ele, no meu caso, não vejo a hora de poder manejá-las.

att,

Mossoró-RN, em 19 de novembro de 2009.



Kalhil Pereira França

www.melioponariodosertao.blogspot.com

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Paulo Romero disse...

Amigo kahlil,
Parabéns pela nova aquisição,com certeza com a sua dedicação e experiência em meliponicultura,as tiúbas,logo serão um sucesso por aqui.
Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.

19 de Novembro de 2009 21:19

Caro amigo Paulo, não dormi ontem sonhando com essas meninas, eram a tempos esperadas por todos do Meliponário do Sertão.

Kalhil Pereira França


elisabeth disse...

Caro kalhil
Todos os dias visito seu blog para me informar e cada vez mais me apaixono pela meliponicultura.Você tem culpa, pois, além de informações transmite também emoção. Já estou me organizando para começar minha criação de mandaçaias. Pena que você não receba estagiários. Não daríamos trabalho (eu, e mais três colegas, sócias)levaríamos colchonetes, nissin miojo, rss
Até breve
Beth

19 de Novembro de 2009 21:32

Cara Elizabeth, sua professora entrou em contato comigo mas infelizmente não temos estrutura para recebê-las, nosso meliponário rural fica muito afastado e é em zona de difícil acesso, para mim é complicado mas para as abelhas é um paraíso pois não tem contato com agrotóxicos etc, o mel produzido assim é muito mais puro e saboroso. Porém o preço que se paga é caro, infelizmente não tenho com receber estagiários por lá, no máximo visitas monitoradas e agendadas. Mas quem sabe no futuro.

Kalhil Pereira França


Meliponário Alencar disse...

Olá Kalhil! Com certeza irá se apaixonar por essas meninas, são realmente uma graça. Valeu pela visita, abraço!
Francisco Carlos Alencar
www.meliponarioalencar.blogspot.com

19 de Novembro de 2009 21:33

Caro Alencar, vou procurá-lo muitas vezes para aprender os segredos dessas meninas, só vcs aí do Maranhão sabem os melhores manejos sobre elas.

Kalhil Pereira França

montedomel disse...

São muito estranhas essas abelhas Kalhil. São muito raras?
Produzem mais mel por formarem colónias maiores ?

abraços
JPifano - Portugal

20 de Novembro de 2009 16:37

Prezado Pífano,

As tiúbas são do tamanho das apis, não são tão raras, mas por não serem típicas de minha região quase ninguém por essas bandas as possuem, como lhe falei certa vez, nossas abelhas sem ferrão são específicas de cada região do País, somente um outro grande criador amigo meu aqui em Mossoró as cria, mas não muitas.

Ela é muito conhecida (e de fácil localização) no Norte do Brasil, Pará, Maranhão e Piauí, produzem mais mel (de 3 a 5 kg) por serem colônias mais populosas, podem chegar a 2 mil ou mais abelhas.

Caso queira conhecer mais sobre essa abelhas, vá ao blog: www.meliponarioalencar.blogspot.com, o alencar é nosso amigo e parceiro do Meliponário do Sertão, é criador de Tiúbas no Maranhão e grande conhecedor de seu manejo.

Já estou me programando para Avis Melifera 2010, rs.

Kalhil Pereira França

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O Meliponário do Sertão ganha destaque no Exterior

Há alguns dias atrás, o colega e meliponicultor Eurico (MG), me enviou um e-mail me informando a respeito da publicação de um artigo (em tom de bate papo) escrito por mim ao amigo e apicultor Joaquim Pífano (Portugal) a respeito de diversas curiosidades da meliponicultura praticada no Brasil, em especial por nós do Meliponário do Sertão.

O Mestre Joaquim Pífano, como já é conhecido por todos pelo seu grande conhecimento a respeito das Apis (www.montedomel.blogspot.com), satisfeito com as informações encaminhou todo texto (espero eu com as retificações, rs) para publicação numa das revistas de maior divulgação e circulação sobre apicultura na Europa.

O mais engraçado é que isso era para ser surpresa para mim pois o Joaquim não tinha me comunicado previamente a respeito da publicação, contudo, o amigo Eurico, de boa fé e sem saber, acabou me contando antes da hora, rs.

Mesmo ainda não tendo sido publicada na internet, a revista " O Apicultor" (www.oapicultor.com) já está circulando praticamente em quase toda a Europa e também no Brasil, com as nossas informações e fotos a respeito de uma das atividades que vem crescendo, mas ainda tem muito a se desenvolver no Brasil, a meliponicultura.

(clique para ampliar)

Não bastasse essa tão grande contribuição para mim e para meliponicultura brasileira, o Mestre Pífano ainda nos convidou para participar da
Avis Melifera 2010, a ser realizada em Portugal. A Avis Melifera é o encontro nacional dos apicultores da Associação Regional do querido amigo português.

Não sabe ele a honra e o prazer que terei em participar de tão belo evento, principalmente em poder contribuir com a divulgação da meliponicutura no Brasil e no mundo, não tenho nem palavras para agradecer.

Assim que recebermos a revista (edição nº 66), que está sendo enviada de presente pela Editora Portuguesa, estaremos postando aqui para o conhecimento de todos a respeito do que foi tratado.

att,

Mossoró-RN, 18 de novembro de 2009.


Kalhil Pereira França
Meliponario do Sertão

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Jandaíra, uma Abelha Solidária

Ontem à noite, recebi uma ligação de um amigo e meliponicultor, o Luiz Medina do Rio de Janeiro-RJ, que me questionava a respeito de um comportamento que ele e sua família vinham observando com certa preocupação, rsrs.

Há alguns meses atrás eu fiz uma doação de uma colônia jovem de Jandaíra a AME-Rio (Associação dos Meliponicultores do Estado do Rio de Janeiro) e esta dita colônia atualmente encontra-se na casa (melhor dizendo, apartamento) do Luiz para que essa caixa possa ajudar (fornecendo machos diferentes) a uma outra colônia de Jandaíra que é de propriedade do Luiz e será em breve desdobrada.

(foto getilmente cedida por Vinícius, de Maracanaú-CE)

Como ele não tem muito espaço, acabou colocando a colônia da AME-Rio um pouco acima da dele. Com o passar dos dias, foi observado por ele que as abelhas da AME-Rio estavam entrando na caixa dele e vice-versa.

Como todo mundo sabe laços feromoniais diferenciam abelhas de colônias diversas, assim, uma abelha de uma outra colônia dificilmente vai entrar em outra caixa pois corre o risco de ser morta por ter um "cheiro" diferente das outras abelhas, as abelhas encaram essa "invasão" de uma abelha de caixa diferente como pilhagem, ou seja, as abelhas entram na caixa errada de propósito para roubar material, cera, mel etc.

O Luiz me questionava se esse comportamente observado em suas colônias de Jandaíras eram sinônimo de pilhagem.

Para as Jandaíras, essa tese comportamental deve ser relativizada, passo a explicar o porquê:

Durante todos esses anos de manejo com as Jandaíras uma coisa eu aprendi muito rápido com elas, essas abelhas possuem um comportamento extremamente social, as colônias de Jandaíra sempre estão se ajudando mutuamente, as observações feitas pelo amigo Luiz são muito comuns nas minhas também, sempre observo essas entradas erradas em colônias vizinhas.

É muito comum as Jandaíras se comportarem desse jeito, pois devido as adversidades da caatinga, as abelhas precisam serem solidáiras umas com as outras, é muito comum empréstimo de material para construção ou mesmo mel para a manutenção de alguma colônia mais fraca.

Esse comportamente, que aparentemente parece estranho é muito interessante pois mostra o quanto as Jandaíras se parecem com o povo da região, é característica do Nordestino ser sempre solidiário com seu próximo. É costume local do sertanejo ajudar o companheiro que esteja precisando, doa um saco de farinha, um pouco de feijão, um pouco de milho ou mesmo uma criação (ovelha) para matar a fome daquele esteja em mais precisão. Muitas vezes tira até de onde não tem, mas ninguém morre de fome por falta de ajuda.

O Padre Monsenhor Humberto Brunmeng, um dos pioneiros na criação de Jandaíras aqui em Mossoró-RN, também já fazia essas mesmas observações, em alguns momentos costumava colocar as abelhas de castigo, fechava a entrada das colônias por alguns dias para impedir essas entradas erradas.

Na verdade, esse comportamente é muito peculiar dessa espécie, raramente se concretiza dessa forma em outra espécies, nas uruçus por exemplo essas entradas erradas são rapidamente coibidas, as obreiras vigias quase sempre imediatamente entram em guerra com as abelhas invasoras pois certamente o interesse das intrusas é de pilhagem e não a solidariedade.

No intuito de certificar esse comportamento, certa vez fiz uma experiência muito curiosa, coloquei uma rainha jovem e um pequeno disco de cria juntamente com alguns poucos potes de alimento em uma caixa vazia com bastante cera, o meu interesse era observar se abelhas iriam ser tentadas a pilharem a grande quantidade de cera que tinha sido deixada de propósito na caixa sem nenhuma proteção.

Para minha feliz supresa o que aconteceu foi algo surpreendente, passado alguns poucos dias eu abri a caixa e observei que algumas dezenas de obreiras de uma caixa forte vizinha tinham se deslocado para a caixa da rainha solitária e passaram a adotar aquela caixa ajudando a rainha no desenvolvimento do enxame.

(várias abelhas adultas que aparecerem de forma "misteriosa", rs)

A foto acima mostra a dita colônia após 20 dias depois do início da experiência.

(a cera que foi dada em excesso, parte foi transformada em potes de alimento e o resto intacta)

Isso só mostra o quanto as abelhas são inteligentes ao ponto de desenvolverem um comportamento que aparentemente é apenas observado em poucos animais, a solidariedade.

Já imaginou se todos fossem assim, que mundo melhor teríamos!

att,
Mossoró-RN, 16 de novembro de 2009.



Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão