sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Dica de manejo - alimentação artificial para abelhas sem ferrão

 (foto de Gorgio Venturieri, 2009.)

Todos os dias eu recebe vários e-mails solicitando informações sobre como e quais produtos podem ser usados para alimentar as abelhas durante os períodos de baixa florada. Já postei aqui algumas receitas, mas transcrevo abaixo uma vem dando muito sucesso com as minhas abelhas.

Essas duas receitas foram desenvolvidas pelo pessoal da Embrapa, a do xarope eu até já conhecia e utilizada mesmo antes de conhecer o trabalho. Já o substituto do pólen eu aprendi no último Congresso Brasileiro de Meliponicultura em 2010, realizado em Cuiabá-MT, com próprio Dr. Giorgio VENTURIERI, um renomado pesquisador na área de meliponicultura que trabalha na Embrapa Amazônia Oriental.

A receita é muito fácil. Eu já fiz e confirmo a excelente aceitação em diversas abelhas, em especial as Jandaíras. Para cada espécie você faz somente substituir o saburá da abelha que deseja alimentar. Os resultados tem se mostrado bastante positivo, sem bastante eficiente para alimentar as abelhas em região de pouca abundância desse alimento.
O trabalho original pode ser obtido, com todas as suas referências no seguinte endereço: http://www.apacame.org.br/mensagemdoce/111/artigo.htm

Abaixo segue a receita:

Anexo 1 - Elaboração de uma dieta semi-artificial para uruçú-amarela Melipona flavolineata (Costa; Venturieri , 2009)

Materiais

2 frascos de vidro com tampa
Bastão de vidro ou colher
43 g de extrato de soja
14 g de sacarose
43 ml de água filtrada ou fervida
2,4 g de saburá de Melipona flavolineata (uruçú-amarela).

Preparo

Limpe os materiais: frascos de vidro e tampas, bastão de vidro ou colher de metal, com álcool 70 %. Coloque o extrato de soja no frasco de vidro. O frasco deve ficar preenchido ate, no máximo, a metade da altura, pois a massa final ira fermentar. Assim, escolha um frasco grande.

Aqueça a água ate a temperatura de 30 °C, coloque-a no outro frasco de vidro. No frasco com água, acrescente o açúcar e o inoculo de saburá. Tampe o frasco e agite-o até dissolver o açúcar e o saburá.

A água com açúcar e saburá devera ser despejada no outro frasco, contendo o extrato de soja. A mistura devera ser feita gradualmente e auxiliada com o bastão de vidro ou colher. É importante que a massa fique homogênea, bem misturada.

Em seguida, o frasco devera ser coberto com papel toalha, ou pano limpo, preso com elástico.

O frasco contendo a massa devera ser acondicionado em local escuro, protegido de formigas, em temperatura ambiente, desde que não seja inferior a 20°C.

A partir do quarto ou quinto dia será percebido os sinais de fermentação, bolhas e crescimento da massa. Ate o décimo dia este processo estabilizara, então, o frasco devera ser tampado e poderá ser armazenado em geladeira ou congelador.

Antes de fornecer para as colônias de M. flavolineata, o saburá semiartificial deverá estar em equilíbrio com a temperatura ambiente.

Anexo 2 - Xarope de açúcar invertido (60 %) utilizado na Embrapa Amazônia Oriental

Ingredientes

12 Kg de açúcar
8 L de água
12 g de ácido cítrico (dica: caso não tenha use suco puro de um limão)
1 colher (café) de sal mineral

Como fazer

Misturar tudo e aquecer, mexendo até atingir 80º C. A partir desta temperatura, manter a mistura em fogo baixo por 25 minutos (em temperatura inferior a 80º C). Decorrido esse tempo, desligar o fogo e esperar o xarope esfriar naturalmente até 28-30 º C, quando assim poderá ser utilizado.

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