sábado, 14 de março de 2009

A importância de criar abelhas nativas

A criação de abelhas indígenas sem ferrão em cabaças, cortiços e caixas rústicas constitui uma atividade tradicional em quase todas as regiões do Brasil. Essa atividade, conhecida como meliponicultura, foi inicialmente desenvolvida pelos índios, e vem, ao longo dos anos, sendo praticada por pequenos e médios produtores, assim como por produtores de base familiar. Há, pelo menos, cinco razões que justificam o interesse crescente por esse grupo de abelhas:
As abelhas sem ferrão são os principais agentes polinizadores de várias plantas nativas. Preservar essas abelhas contribui, portanto, para conservar os mais diversos tipos de vegetação.
Há muitos agricultores utilizando as abelhas sem ferrão na polinização de culturas agrícolas tais como urucum, chuchu, camu-camu, carambola, coco-da-bahia e manga. Essa prática, amplamente usada com as abelhas do gênero Apis (conhecidas como abelhas africanizadas ou abelhas africanas) e Bombus (as mamangavas, também chamadas de mamangaba, mangangá, mangava, etc.), vem sendo utilizada até mesmo para cultivar morangos dentro de estufas.
O mel produzido pelas abelhas sem ferrão contém os nutrientes básicos necessários à saúde, como açúcares, proteínas, vitaminas e gordura. Esse mel possui, também, uma elevada atividade antibacteriana e é tradicionalmente usado contra doenças pulmonares, resfriado, gripe, fraqueza e infecções de olhos em várias regiões do País.
Além de fonte de alimento e remédio, o mel produzido pelas abelhas sem ferrão representa, em algumas regiões, uma importante fonte de renda. Na Região Nordeste, onde a meliponicultura é mais praticada, são encontrados produtores (ou meliponicultores) com até 1.500 ninhos de abelhas, e que sobrevivem, basicamente, do comércio do mel.
São, de um modo geral, abelhas bastante dóceis e de fácil manejo. Por isso, dispensam o uso de roupas e equipamentos de proteção tais como macacão, luvas, máscaras e fumegadores, reduzindo os custos de sua criação e permitindo que essas abelhas sejam mantidas perto de residências e/ou de criações de animais domésticos. Além disso, por não exigir força física e/ou prolongada dedicação ao seu manejo, a criação de abelhas sem ferrão pode ser facilmente executada por jovens e idosos.
Estima-se que, só no Brasil, existam mais de 200 espécies de abelhas sem ferrão. As mais promissoras em termos de produção de mel são as espécies do gênero Melipona, conhecidas popularmente como mandaçaia (nome científico, Melipona quadrifasciata), jandaíra nordestina (Melipona subnitida), uruçu-cinza ou uruçu-cinzenta (Melipona fasciculata), uruçu-amarela (Melipona rufiventris), uruçu-do-nordeste (Melipona scutellaris), entre outras.
A meliponicultura é, portanto, uma atividade de baixo impacto ambiental, que produz um alimento de elevado nível nutricional, e de retorno financeiro garantido. Se bem planejada, a criação de abelhas sem ferrão em caixas racionais pode enquadrar-se, perfeitamente, nas atuais diretrizes que norteiam o desenvolvimento da Região Nordeste: promover o uso racional dos recursos da caatinga, equilibrando interesses ambientais, com interesses sociais de melhoria de qualidade de vida das populações que residem na região.

3 comentários:

  1. Meu jovem,
    Você é motivo de orgulho.
    Parabéns pelo seu trabalho, são pessoas como vc que levam a frente o trabalho de pessoas como o nosso querido Mosenhor Humberto, que Deus o tenha, com certeza, onde ele estiver está muito orgulhoso de você!!!

    Ass:
    Padre Luiz Dias
    Florianópolis - SC.

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  2. Olá Padre Luiz Dias,

    O orgulho é todo meu, sou um abençoado por trabalhar com animais tão especiais.

    att,

    Kalhil Pereira França
    www.meliponariodosertao.blogspot.com

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  3. Olá eu também crio algumas abelhas sem ferrão,parabéns pelo seu trabalho,além de criá-las vc está garantindo que estas espécies não entrem na lista de extinção.

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