quinta-feira, 23 de julho de 2009

Apitoxina - Veneno de Abelha de Ferrão

A Maior diferença entre as abelhas nativas do Brasil (ASF) e as APIS Melifera (africanizada) é a presença do ferrão nesta segunda, esse detalhe faz toda diferença na hora do manejo das abelhas.

Contudo, não é de todo ruim a presença do ferrão das Apis, pois ele tem sua utilidade tanto para o homem como para as abelhas.

Apesar de ser letal para o homem, quando aplicado em grandes proporções, o veneno da abelha (Apis sp) é, paradoxalmente, um consagrado medicamento contra diversos distúrbios e problemas. O veneno da abelha, também é chamado de apitoxina, ele é produzido por glândulas existentes no abdômem e introduzido no corpo das vítimas através do canal existente no ferrão, provocando reações que variam de intensidade de acordo com a sensibilidade de cada pessoa, podendo levar até a morte.



É uma substância química complexa formada por águas e aminoácidos, açúcares, histamina e outros componentes. O veneno da abelha é indicado para a saúde humana, mas ainda faltam publicações científicas a respeito do assunto. A obtenção exige técnicas de laboratório e situa-se num plano mais sofisticado da atividade apícola.

O uso da apitoxina é muito antigo e veio provavelmente da observação de que os primeiros apicultores recebiam muitas picadas e não tinham problema de reumatismo. A picada natural da abelha também é um método empregado, principalmente por acupunturistas. É recomendada para doenças como artrites, nevrites, traumas, cicatrizes, tendinite, bursite, inflamações comuns, afecções cutâneas, doenças oftalmológicas, no tratamento de esclerose múltipla, porém é importante ressaltar que nenhum desses tratamentos têm embasamentos científicos, e assim são todos baseados em observações e crendice popular.

A apitoxina é recomendada somente como pomada, pois em forma de injeção e comprimido sub-língual, o veneno é absorvido rapidamente pela mucosa e pela corrente sangüínea. Dependendo da quantidade absorvida pela pessoa pode causar problemas.

Desde meados dos anos 50, o método do choque elétrico tem sido usado para estimular as abelhas e picar. O coletor normalmente é colocado na entrada da colméia e conectado a um dispositivo que provê impulsos elétricos. O coletor é feito de madeira ou plástico e segura uma armação de arame. Debaixo dos arames está colocada uma folha de vidro que pode ser coberta com plástico ou material de borracha para evitar a contaminação do veneno. Durante a coleta, as abelhas entram em contato com a armação de arame e recebem um choque elétrico moderado. Elas picam a superfície da folha do coletor, pois identificam a excitação elétrica no momento como uma fonte de perigo.

O veneno é então depositado entre o vidro e o material protetor, onde seca e depois é raspado e vendido para a indústria farmacéutica ou laboratório especializado. Todo o processamento da transformação do veneno em pomada demora dois dias.

O apicultor que trabalha com geléia real não trabalha com a apitoxina, pois a coleta do veneno gera muito estresse nas abelhas que ficam muito agressivas após esse trabalho. É aconselhável, inclusive não ter nada móvel (animais e movimentação de pessoas) a pelo menos 300 metros. A coleta deve ser feita somente 1 hora por dia e para coletar 1 grama de veneno é preciso extraí-lo de 10 colméias. A operação, na mesma colméia, só poderá ocorrer após três dias. As abelhas mais indicadas para a extração de veneno são as africanas ou africanizadas.

A estimativa de produção para consumo gira em torno de 5 quilos de veneno por mês. Hoje, um quilo do produto está estimado em 30 mil reais.

Fonte: Revista Rural Especial. Ano II, N. 17


att,

Mossoró, em 23 de Julho de 2009.


Kalhil Pereira França

Meliponário do Sertão

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentário aqui: