segunda-feira, 2 de maio de 2011

Ótimas Colônias a Caminho...

Nada mais prazeroso para um meliponicultor do que a constatação do nascimento de uma nova colônia pelo seu processo de divisão. Todo o manejo com as abelhas sem ferrão, por mais prazeroso que possa ser, não se compara com a inspeção de desenvolvimento. Principalmente quando constatamos que as nossas divisões vão muito bem.



A multiplicação natural é ato da natureza e quando conseguimos realizá-la é muito gratificante pois assim estamos a contribuir com a preservação e continuação das abelhas sem ferrão.




Nesse fim de semana não foi diferente, assim que cheguei no meliponário passei a verificar uma de minhas caixas que mais tem tomado minha atenção por esses dias, as Cupiras.



Essa espécie, devido a grande população, tem manejo muito simples. Praticamente o que precisam é um espaço mínimo para sua enxameação. Eu tenho apenas 4 enxames dessa espécie e todos eles são oriundos de uma única matriz. Consegui fazer 3 enxames apenas doando campeiras, o que me indica que essa espécie aceita com grande facilidade novas princesas.



A única coisa complicada com essas meninas é a sua defensividade, elas não brincam em serviço. As várias batedoras na entrada, que por sinal é muito peculiar das scaptotrigonas, iniciam o processo de defesa enrrolando nos cabelos assim que me aproximo. Só eu sei a dificuldade que dá pra tirar uma foto dessas.



Não demorei com as Cupiras pois um fato bastante típico do inverno me chamou logo atenção, são as entradas de algumas caixas de Jandaíra que quando da chegada do inverno passam a enfeitar a entrada da caixa com várias raias de entrada.



Esse é o típico sinal de colônia muito forte, pois esses lindos detalhes só são produzidos quando a mão de obra é farta e há disposição para algumas obras exuberantes. O belo inverno desse ano tem proporcionado aos enxames uma explosão de produtividade, mesmo lidando tanto tempo com essas abelhas nunca tinha visto uma produtividade tão alta.



Meu prezado avó me relatava que no passado chegava a colher até 4 litros de mel de Jandaíra por cortiço. Nunca cheguei a encontrar um cortiço que tenha essas dimensões, todavia esse ano estou vendo caixas que vão passar facilmente a casa de 1 litro de mel. Outras, como essa abaixo, estão quase que tomando por completo a melgueira e o ninho com lindos discos, ou seja, tudo em pleno desenvolvimento para futuras divisões.



Que me digam as minhas mais novas colônias de Uruçu, enxames jovens mas com população bastante ativa. Essa é uma espécie muito fácil de multiplicar, mas mesmo bastante populosa e produtiva, é muito frágil quando em colônias em desenvolvimento aos forídeos.



Não é por acaso que a isca para forídeos feita com saleiro é arma sempre a postos para ajudar. Essa é uma dica que dou, o saleiro de cozinha pode facilmente ser usado para iscas, pois os furos são ideais para entrada dessa praga. O seu uso é curto, pois logo as uruçus crescem e ficam prontas para a continuidade da vida.



De todos os enxames inspecionados esse último foi o mais populoso. Mesmo não vendo a postura por causa da cobertura de cerume feito pelas abelhas ao redor do ninho tenho certeza que já temos uma ótima rainha em desenvolvimento. Todas essas estarão dentro de mais algumas semanas prontas para continuar a perpetuação da espécie sem meus cuidados semanais, bastando apenas uma revisão mensal.





Mossoró-RN, em 2 de abril de 2011.

att,



Kalhil Pereira França

Meliponário do Sertão

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