segunda-feira, 26 de março de 2012

Abelha, Teju, Tiú e Queijo... Há, e uma galinha de primeira!!!


Esse fim de semana fui convidado pelo amigo Daniel a degustar uma galinha caipira na casa dos seus pais que fica na zona rural do município de Aracati-CE. A comunidade se chama Cajazeiras e é zona limítrofe com o Município vizinho de Jaguaruana-CE.


Depois de devorarmos a penosa, que por sinal estava divina, fomos rever um velho amigo meliponicultor que há tempos não o via. Andamos alguns quilômetros até comunidade de Campos Verdes, zona rural do município vizinho para encontrar o Geraldo, que com sua enorme receptividade já foi logo nos recebendo com duas cadeiras na mão.




Seu Geraldo, como gosto de chamá-lo, é pessoa muito simples. Cria Jandaíras a mais de 40 anos e atualmente tem um rústico meliponário no quintal de sua casa. Nessas oportunidades estou sempre a coletar algumas amostras de Jandaíra para os amigos pesquisadores que sempre me solicitam. Essas e outras amostras que já tenho separado em casa serão enviadas nessa segunda-feira a Bióloga Geice Ribeiro, que atualmente vem realizando um trabalho de pesquisa genética na Universidade Federal do Piauí.



(amostras da abelha Jandaíra, remessa ao Piauí para estudo genético)

Seu manejo, como quase todos os criadores da região, se resume a colher o mel nos períodos de floração (inverno). Questionado sobre os processos de divisão disse que sabe multiplicar, com duas caixas ele faz mais uma, ou seja, usa o velho método 2:1 já bem conhecido.

(Kalhil e Daniel)
(brincadeira dolorosa, o Daniel não aguentou muito tempo, rssss!!!)

Me confessou também que uma observação muito comum é o fato da Jandaíra enxamear com facilidade, bastando uma boa caixa isca no meliponário nessa época para receber uma nova família. Segundo o Seu Geraldo, a Jandaíra é uma abelha arquiteta por natureza, por isso sempre que colhe o mel destrói todos os potes com um garfo e deixa o bolão de cera fora. 

"Não adianta ficar com pena das abelhas e só furar os potes, o bom mesmo é colher e depois arrancar tudo, elas não gostam de remendar, melhor mesmo é construir tudo de novo do jeito delas" disse Geraldo sobre a Jandaíra. Essa não é a primeira vez que escuto isso, mesmo sendo uma observação prática, é digno de nota.

Após o abraço caloroso nos despedimos e deixamos o Seu Geraldo com suas abelhas. Seguimos viagem pois queria visitar um outro meliponário. Acabou não dando certo. Dez minutos depois já estávamos na casa do André, conhecido apicultor local que me convidara para ver uma curiosidade.


Tratava-se de cinco filhotes de lagarto da espécie tupinambis merianae, conhecido popularmente como "Tiú", essa espécie é muito comum em quase toda região de caatinga. Por se tratar de espécie da fauna nativa sua caça, captura, comercialização ou mesmo criação são proibidas por lei mas, por questões culturais, a carne desse lindo lagarto é muito apreciada, principalmente pelos etílicos de plantão.
(animal de estimação no sertão)

(gordinho de sorte)

Outro que estava prestes a ir ao fogão era esse gordinho tatupeba (Euphractus sexcinctus), da mesma forma que o primeiro, é muito apreciado pela nossa cultura local. Mas esse teve um fim mais feliz. Já estava quase indo embora e o André me deu o bicho de presente. Agradeci muito e quando estava bem distante de sua casa abri a mala do carro e soltei o infeliz mata à dentro. 

Ele muito faceiramente saiu abanando o rabo como se estivesse me agradecendo. Dessa lição só espero duas coisas: que ninguém conte ao André que eu soltei o bicho e que ele (o peba) procure uma toca mais profunda pra se esconder. rsssss....

Nos despedimos mais uma vez e partimos em direção a uma famosa queijaria local. Minha intenção era comprar um dos famosos queijos da região, que por sinal são deliciosos. Entramos e como se estivesse em casa fui logo pedindo uma faca para cortar uma bela porção. O queijo tinha saído há poucos minutos da prença, a consistência mais parecia um manjar de tão molinho.

(queijo fresquinho de primeira qualidade)

(tão servidos?)

Depois da degustação e aprovação, pagamos o queijo e partirmos feliz de bucho cheio, na pressa deixei o convite para conhecer de perto a queijaria para outra oportunidade que será devidamente registrada.

 Boa semana a todos...

4 comentários:

  1. Muito bom mesmo, só não se esqueça da visita que me deve! senão, como conheço poucos potiguares vou achar que a falta de palavra é regra por aí!rsrsr.

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  2. Meu prezado amigo Márcio, ainda vou bater aí, pode ter certeza... Antes do que você imagina eu chegou aí com minhas Jandaíras...
    Grande abraço meu camarada.

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  3. Meu amigo Marcio tratando-se de um Sertanejo, especialmente um Potiguar Homem valente 000,1 não compra com sua palavra.mas,como eu conheço o Kalhil ele chega ai,é só ver meu exemplo muito duvidaram que chegaria e cheguei.
    Abraço
    Rivan Fernandes
    meliponário do litoral
    Macaiba,RN

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  4. Kalhil,
    òtima reportagem, mas fico mesmo esperando a complementação com a visita na queijaria !!!
    Abraço
    Medina

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