terça-feira, 1 de março de 2011

A uruçu amarela do Acrisio E. Dalmonech

Entre as abelhas sem ferrão uma chama bastante atenção, são as Uruçus Amarelas (melipona rufiventris). Sua beleza é de longe percebível graças a exuberância de sua entrada. Essa espécie tem diversos nomes populares, bugia, tujuba, amarela etc.
Alguns dias atrás recebi alguns questionamentos a respeito de como transferir as abelhas do toco para uma caixa racional, o meliponicultor interessado era o Acrísio Eduardo Dalmonech. O amigo me questionava com realizar a transferência de uma bujia, tarefa das demais ingratas.

Passei a orientá-lo por e-mail e nesse fim de semana que se passou o colega fez a transferência para uma caixa modelo INPA própria para a espécie. A caixa, por sinal, foi pintada na cor das abelhas, fato bastante curioso. Talvez o amigo tenha pensado que a coloração semelhante provoque uma melhor aceitação, ele até pode ter razão, rs.
Ao Abrir com cuidado o tronco foi possível observar a bela configuração do ninho e potes de alimento. O maior problema nessas horas é achar a rainha o mais rápido possível, achando-a capturamos e só inserimos na nova caixa após todo procedimento de transferência concluído.

O ninho era muito forte, pois tinha muitos potes de mel, certamente estão em ótimo lugar para a sua criação.

Logo abaixo temos a rainha que foi separada para só ser reentroduzida no final do processo de transferência, pela coloração não é das mais novas, mas é de boa genética pois o ninho era bastante populoso.

Abaixo temos o Acrísio fazendo o trabalho de passagem do ninho das abelhas para caixa racional, nessas horas o suor bate, mas é preciso calma e muito cuidado para não machucar os discos de cria.

Pela foto dos discos já na caixa, tenho certeza que foram retirados da maneira mais correta possível, pois praticamente não há danos aparentes. Logo a colônia inicia a colagem dos discos na nova caixa para evitar o esmagamento das abelhas.

Aí está o nosso amigo Acrísio, já com a caixa nova na posição do antigo local do toco esperando pela entrada das abelhas. Eu, se fosse ele, não ficava muito perto assim. Geralmente sobra algumas beliscadas dolorosas, essa espécie tem as mandíbulas muito fortes.
Olha aí o que falei, tenho certeza que ele não aguentou por muito tempo ao lado da caixa, pois a quantidade de abelhas era enorme, não são agressivas, nem muito menos ferroam, mas nessas horas o comportamento de defesa e desorganização impera e sobra beliscada pra tudo quanto é lado.
Esses potes de polén e mel retirados do toco não devem ser inseridos de imediato na nova melgueira, recomendo fazer isso somente com 24 horas de tranferência, primeiro para evitar a atração dos forídeos pelos potes de pólen abertos, segundo pelo perigo de saques até mesmo pelas apis (abelhas africanizadas) que podem decorrer pelo cheiro do mel derramado dentro da caixa.
Tudo pode ser conservado em geladeira tranguilamente, toda essa cera melada pode ser lavada e fornecida em bolotas para ajudar na construção de novos potes de mel. Pela quantidade de potes e pelo seu tamanho acho que uma melgueira vai ser pouco.
Att,
Mossoró-RN, em 1º de março de 2011.

Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão

2 comentários:

  1. Gostei muito, passa a passo incrível e também belas fotos estão de parabéns!

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  2. Muito bom!
    Estou atraz de um enxame de uruçu aqui no RS e não encontro!
    Se tiveres algum contato agradeço!
    le.lon@ibest.com.br

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