segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Método de seleção para melhoramento genético de abelhas sem ferrão

Uma prática muito comum que já venho utilizando para melhorar de forma permanente nossas matrizes é a substituição de rainhas fracas por outras de melhor postura. Isso foi estudado a fundo pelo Ilustre Prof. Kerr que desenvolveu uma técnica para a seleção e melhoramento genético de abelhas sem ferrão do gênero melipona.
A técnica é muito simples e consiste em retirar as rainhas velhas ou de postura deficitária fazendo a substituição por aquelas que possuem uma ovoposição melhor. Esse trabalho do Prof. Kerr já foi publicado na Internet e pode ser acessado o seguinte endereço abaixo.
O pesquisador observou que as abelhas sem ferrão da espécie Tiúba (melipona compreessipis fasciculata) aceitavam com muita facilidade a substituição de sua rainha por outra fisiogástrica da mesma espécie sem precisar usar nenhuma técnica de aceitação, praticamente não há nenhum tipo de comportamento adverso a rainha introduzida.
O procedimento utilizado era o de se retirar a rainha indesejada de sua colônia e no mesmo instante colocar a que se deseja como nova soberana. Durante o trabalho de pesquisa foi observado que em todas as caixas que essa técnica foi usada houve a aceitação da rainha doada.
Para fazer o trabalho de seleção e melhoramento, procedimento comum para nós aqui do Meliponário do Sertão, separamos as abelhas em um grupo de 100 caixas, nesse grupo escolhemos as colônias de melhor postura, fazendo uma numeração de 1 a 33, as medianas de 34 a 66 e as fracas de 67 a 100.
Nessa seleção se observa tamanho do ninho, número de células abertas para postura, tamanho e quantidade de potes, população e defensividade. Após a separação passamos a realizar a retirada da rainha da caixa 100, matamos e logo em seguida introduzimos a rainha da caixa 1. Assim de maneira sucessiva até chegarmos na caixa 33, ou seja, a rainha 2 vai para 99, a rainha 3 vai para 98, a rainha 4 para a 97 ....
Tenho percebido que isso faz muita diferença no processo de criação racional dessas abelhas, pois o melhoramento provoca inúmeras vantagens ao criador. Uma delas é a melhor recuperação dos enxames após a divisão, tem em vista que a rainha tem melhor postura, bem como a melhor capacidade produtiva de mel.
É importante lembrar que existe uma recomendação em realizarmos a substituição das rainhas a cada 18 ou 24 meses, logicamente, as rainhas de melhor postura podem ser utilizadas por mais tempo, mas mesmo as rainhas de elite precisam, como o tempo, serem substituídas para um contínuo melhoramento e crescimento das colônias de seu meliponário.
Para saber como identificar uma rainha velha ou deficiente, basta clicar abaixo para ler um post produzido por nós no ano passado.
att,
Mossoró-RN, em 14 de janeiro de 2011.
Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão

3 comentários:

  1. É de extrema importância para a meliponicultura brasileira estas suas colocações .... aprende quem quer !!

    Medina

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  2. Amigo

    Obrigado para compartilhar o método aqui. Uma duvida que eu tenho: O que acontece nas caixas 1, 2, ..33? Eles ficam sem rainha?

    Urs

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  3. Essas caixas que ficam sem rainha serão substituídas naturalmente por outras de mesmo perfil genético.

    Acontece que as caixas fracas raramente produzem machos, assim, é quase certo que a fecundação dessas novas rainhas nas colônias que estarão orfãs será feita por machos de qualidade, bem como princesas da própria colônia, gerando assim uma continuação na genética de boa qualidade.

    att,

    Kalhil

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