segunda-feira, 20 de junho de 2011

Falta de manejo dá nisso!!!

Faz bastante tempo que não posto nada no blog, tenho recebido muitas reclamações por e-mails por causa do "abandono", na verdade há dias que estou mais ocupado com os preparativos do nascimento de Heitor que com minhas amadas abelhas e por isso mesmo a falta de manejo no meliponário tem cobrado seu preço.

 
(clique nas fotos para ampliar)
Nesse fim de semana os forídeos quase venceram uma batalha, digo quase por que se eu demorasse mais alguns dias para inspecionar a caixa que está circulada em vermelho teria perdido por completo. Noite passada ao alimentar as colônias percebi que essa bendita caixa estava com muitos forídeos adultos voando. Fora isso havia um cheiro meio "estranho" mas ao mesmo tempo muito peculiar. Evitei alimentar e marquei uma inspeção mais detalhada para a manhã seguinte.


Meu faro por problema com essas abelhas é bastante afiado, logo cedo separei o enxame e passei a abrir. Logo que levantei a tampa da primeira melgueira vejo vários inimigos voando dentro. Nesse instante já sabia que vinha problema sério por aí.


Ao levantar a segunda melgueira fui ficando cada vez mais preocupado, percebam que há um grande número de ovos de fórideos e pequenas larvas já em desenvolvimento passeando pelos potes. Mas a surpresa ficou para o final, ao suspender a segunda melgueira que dá acesso ao ninho surpresa! Uma infestação intensa e bem avançada de forídeos.




É somente nessas horas que a gente ver o poder de destruição dessa mosquinha aparentemente tão inofensiva. Essa é uma típica infestação que se o meliponicultor não agir pode perder não só esse enxame, mas todo o seu meliponário pois essa caixa que praticamente está perdida será um foco intenso para a contaminação das demais colônias.


Observem atentamente as centenas de micro ovos que estão depositados dentro dos potes de mel, mas nem tudo está perdido, se todas as medidas que são ensinas aqui forem seguidas podemos recuperar esse enxame.


A primeira medida a ser tomada é providenciarmos uma caixa nova e limpa. Retiramos todos os discos de cria que estejam ainda saudáveis. Logo após alojamos os discos na caixa e separamos. Procuramos pela rainha e retiramos a mesma e o restante das abelhas com o sugador.

Não aprovei nenhum disco novo ou mesmo cera dessa caixa pois tudo está bastante contaminado, se fizermos isso todo o trabalho pode ser perdido.

Todas essa cera e resinas não serão jogadas fora, tudo isso pode ser reaproveitado após um processo de descontaminação com água quente. Veja que após a retira de todo o material ainda ficaram várias pupas de forídeos prestes a emergir. Para matar tudo isso basta jogar água quente e em seguida desmontar a caixa e raspar.


Os potes de mel e pólen devem ser lavados pois tudo está completamente contaminado, após isso devemos derreter tudo dentro de algum caldeirão grande com água quente. A cera não se mistura com a água e quando aquecida sobe. Depois de fria volta novamente ao seu estado natural e pode ser facilmente retirada sem grudar na panela. 


Vejam que horas depois a cera, agora renovada e limpa, apresenta essa cor bem amarela. Essa cera fica ainda mais maleável e é fácilmente recolhida pelas abelhas. Devemos colocá-la em local próximo das abelhas e longe do sol para evitar derreter.


No meu caso eu uso cortar alguns pedacinhos e ir servindo novamente aos poucos, tudo será recolhido em poucos dias por todos os enxames. As abelhas adoram e levam todo o material para suas casas, pois tudo agora está limpo e sem as malditas larvas e ovos de forídeos.


A caixa com abelhas sobreviventes deve ser coloca no mesmo lugar de origem, não há necessidade de alimentar o enxame imediatamente, isso pode ser feito dias depois pois as abelhas ainda estão muito desorganizadas. É muito importante que se faça o acompanhamento semanal para retirada do lixo e observação se ainda há algum resquício de forídeo, caso exista deve-se agir imediatamente.


Nesse meu enxame como a infestação já estava muito avançada não havia muitas abelhas sobreviventes, por isso foi necessário trocar a caixa nova com alguma colônia já forte para receber campeiras, as abelhas que entram não vão matar a rainha, é sabido que a aceitação e substituição de rainhas nas abelhas sem ferrão é quase que imediata. Essa foto mesmo foi tirada dois dias depois e já se pode ver a rainha dominando muito bem as suas novas campeiras.

Na próxima semana será vistoriada e caso tudo esteja indo bem irei doar uma melgueira cheia de algum enxame forte para acelerar a recuperação.

att, 
Mossoró-RN, em 20 de junho de 2011.

Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão 

Um comentário:

  1. Olá meu prezado kalhil todo cuidado com os foridios é importante na mata atlântica ele é mais violento tive a oportunidade de constatar na prática me destruiu uma muda de uruçu em 24hs.quanto a cera vejo que aprendeu a técnica a parte escura tem que ser retirada é a borra da cera assim fica mais amarela.
    Abraço
    Rivan Fernandes Dantas
    meliponário do litoral
    Macaiba,RN 25/06/2011

    ResponderExcluir

Comentário aqui: