sexta-feira, 5 de março de 2010

As loiras récem-chegadas (Uruçu amarela - Melipona flavolineata)

Eu tenho um carinho especial por todas as abelhas, até mesmo pelas de ferrão. Mas hoje eu fui surpreendido por uma raridade que a muito tempo desejava possuir em meu meliponário, trata-se das amarelas, conhecidas também como Uruçu Amarela (Melipona Flavolineata).

A espécie que estou me referindo não é a outra Uruçu Amarela (Melipona Rufiventris), na verdade o nome Uruçu é dado a várias espécie de abelhas sem ferrão, por isso muita gente fica na dúvida. Na verdade, as duas são parecidas, mas são bem diferente. A Rufiventris é maior, tem um corpo bem mais alongado, já as Flavolineata é menorzinha e é bem mais dócil.

Assim que chegaram liberei a entrada para que pudessem realizar o trabalho de limpeza da colônias, é impressionante a capacidade organização desses insetos sociais, passei algum tempo observando e não demorou muito para iniciarem o voo de orientação na sua nova morada.

Assim que se acalmaram passei a alimentá-las com uma tampinha de garrafa pet na entrada da caixa. Essa forma de alimentar é muito simples e o bom é que elas colhem somente o que desejam.
A festa foi mesmo quando coloquei as tampinhas nas caixas com xarope, elas começaram a sair para colher o alimento artificial, bonito é ver como são comportadas, não atropelam a vez de ninguém e cada uma aguarda calmamente pelo seu lugar. Acho que de vez enquanto era bom algumas pessoas apreenderem normas de etiqueta com essas garotas.

No meio do lanche rápido me aparece essa bendita Mandaçaia, o inusitado foi que a obreira da amarela deu um belo beijo na boca, rs. Na verdade a amarela deu foi um belo beliscão nas mandíbulas da mandaçaia para que ela não andasse mais por aquelas bandas... Pobre da Mandaçaia, foi só dá as boas vindas.

Não há como negar, essas amarelas, que por aqui já receberam o apelido de "as loiras", realmente chamam a atenção pela beleza, observem bem que os olhos são verdes e brilhantes, bem chamativos.


Falando em recém chegadas, as nossas tiúbas, que foram recebidas a 3 meses atrás, sofreram uma inspeção para avaliarmos a probabilidade de uma divisão na próxima semana. Estão simplesmente bombando por aqui. Parece que calorzinho de Mossoró tem feito muito bem a essa gente.


Fiquei muito feliz e surpreso ao ver a grande quantidade campeiras que estavam ocupando a caixa, contei cerca de 7 discos de cria. O módulo inferior está completamente ocupado por potes, principalmente pólen, a Tiúba é uma grande polinizadora, fico horas admirando a grande concentração de entrada de pólen pela manhã de todos os dias.


Acredito que essa aqui está quase que no ponto, só falta deixar que esses discos superiores fiquem um pouco mais maduros para serem retirados com mais facilidade para mais uma feliz divisão.

att,

Mossoró-RN, em 05 de março de 2010.

Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão

4 comentários:

  1. Olá amigo do Kalhil.
    Eu também sou apáixonado pelas loirinhas.

    Realmente é fácil confundir e difícil distinguir.Uruçu quer dizer abelha grande. Só amarela temos Rufiventris, Mondury e Flavoneata. Não é isto?

    Parabéns por mais aquisição. Eu por aqui permaneço apenas com a preta (melipona capixaba), mas já está encomendada a minha primeira "loira", a daqui, salvo engano é a Mondury.

    Um grande abraço deste seu fã do meliponario capixaba.

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  2. Olá amigo. Essas ábelhas são belas mesmo.Conhecia a Rufiventris,que mesmo quase extinta, ainda se encontra nas serras com mata atlãntica do meu estado. Pelo número de campeiras, ou pela atividade das mesmas dá para sentir que elas vão se desenvolver bem. Abs. Fco.Mello

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  3. Kalhil
    Bom dia
    Estas loiras são muito bonitas de olhos verdes e tudo elas são do sertão ou de outra região como as Tiúbas e quanto custa uma colônia desta.
    Um abraço e parabéns pela aquisição.

    José Eugenio Ferreira Neto

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  4. Olá Kalhil,

    também gostei das suas "loiras" são muito semelhantes à Apis mellifera ligustica (europeia), uma das raças que não é agressiva, apesar de ter ferrão.
    Venho "sonhar" com dias melhores no Meliponário do Sertão, pois como vc viu, as temperaturas aqui em Portugal não estão para a criação de abelhas...
    Bom trabalho,

    Joaquim Pifano

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