sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Projeto - As Abelhas sem Ferrão vão à Escola

As vezes, podemos voltar ao passado e relembrar os bons momentos da infância, tempos onde brincar e comer na hora certa eram as únicas obrigações que eu minhas irmãs conhecíamos.

Boa parte da minha infância foi desenvolvida dentro dos muros do Colégio Diocesano Santa Luzia, o Diocesano, com é mais conhecido em Mossoró, é um daqueles típicos colégios tradicionais das Dioceses da Igreja Católica brasileira, imenso com seus vários corredores e salas, rico em tradições, sempre dirigido por Padres, é uma das maiores referências no ensino no Estado do Rio Grande do Norte, por ele já passaram figuras ilustres da região, políticos de renove Estadual e Nacional. O último Presidente do Senado Federal, o Senador Garibaldi Alves Filho é uma dessas figuras importantes.


(fachada do Colégio Diocesando Santa Luzia em Mossoró-RN)

Estudei no Diocesano por 17 anos, sempre estudei lá, do Jardim I ao 3ª ano do antigo 2º Grau, meus País sempre fizeram questão que todos nós estudássemos no Diocesano, era como se fosse uma questão de honra para eles, principalmente para meu Pai que vinha de uma família muito humilde, filho de pessoas pobres, onde os únicos bens que possuíam eram a honra e a dedicação ao trabalhado.

(Diocesano, mais de 100 anos educando gerações)

Enfim, voltar ao Diocesano era fazer essa viagem ao passado e relembrar todos esses bons momentos da minha infância. Dessa maneira, pelo imenso sentimento de gratidão que tenho pela figura do Diocesano, algumas semanas atrás eu enviei um e-mail para a direção do colégio informando o meu interesse em contribuir com a educação dos alunos, principalmente pelo fato de nossas crianças não conhecerem as abelhas sem ferrão, percebi a necessidade de apresentar e ensinar as crianças o papel da importância da nossa querida Jandaíra para a caatinga, tão ameaçada pelo comportamento destruidor do homem na natureza.

(turma da 3ª série do ensino fundamental)

O colégio prontamente me respondeu e se dispôs aceitar esse trabalho junto as crianças. No dia de hoje, conforme combinado anteriormente com a professora Surley, levei para o colégio uma colônia de Jandaíra (melipona subnitida) e outra de Mandaçaia (melipona quadrifaciata) para a sala de aula de uma das turmas do 3º ano infantil, as caixas estavam teladas na entrada e com uma tampa transparente em cima para a observação das crianças.

(olhares curiosos)

Ao chegar na sala me deparei com 40 crianças com os olhos brilhando de espanto e surpresa, todas estavam ansiosíssimas para conhecer as abelhas sem ferrão, a curiosidade era tamanha ao ponto de mal conseguir respirar entre uma pergunta e outra, coisas do tipo: elas não tem ferrão, por que? Como você faz para retirar o ferrão de cada uma? Elas comem o que? Morde? Essa gordinha (rainha) aqui, quem é? Como fazem o mel?

Era um tal de por que, por que e por que que foi preciso a professora colocar ordem para que eu pudesse explicar a cada um todas as suas dúvidas. Levei ainda uma garrafinha de mel de Jandaíra para que todas pudessem provar um pouquinho do maravilhoso mel Jandaíra tipo pela AME-Rio como um dos melhores do País.

(fila do mel, era cada boca pedindo bis, rsrs)

Falamos muitas coisas, abordamos diversos assuntos, reprodução, alimentação, polinização da caatinga e sua preservação etc. Tudo num tom bem simples, numa linguagem singela e sem arrodeios, pois, logicamente, estávamos falando com crianças.

(esse aí era o mais guloso, tomou três vezes, rsrs)

Um fato bastante positivo foi observar que apareceu gente (professores e alunos mais velhos) de outras séries muito interessados em conhecer melhor sobre as abelhas sem ferrão e de seu papel importante na natureza.

(bombardeio de perguntas)

Após a aula com as crianças me despedi de todas prometendo trazer, em outra oportunidade, outras espécies de abelhas sem ferrão para que eles pudessem conhecer, reencontrei diversos professores da minha época que ainda ensinam no colégio, pessoas maravilhosas que a tempos não as via.

(esses eram o que mais perguntavam, futuros meliponicultores)

A experiência foi deveras satisfatória, não só pelo fato de ter contribuído para a educação e conscientização das crianças, mas principalmente pelo fato de poder voltar a passear pelo colégio e relembrar meus tempos de menino, tempos esses que não voltam mais.

Devido ao resultado imensamente satisfatório, estarei levando a mesma proposta a outros colégios de Mossoró-RN, tanto na rede privada com na carente rede pública, no intuído de continuar educando as crianças (e por tabela muitos adultos) da importância da preservação das nossas abelhas sem ferrão.

Tenho certeza que esse trabalho, num futuro muito próximo, ainda vai gerar muito frutos.

Att,

Mossoró-RN, 25 de setembro de 2009.


Kalhil Pereira França

Meliponário do Sertão

___________________

Rubim disse...

Parabéns!
Um grande trabalho, este que você está fazendo, não só em divulgar a criação das abelhas de Jandaíra, mas, principalmente, por incentivar a prática da meliponicultura entre os jovens.
Estou me inscrevendo no seu fã clube com a carteirinha número um. Espero ser aceito.
Um fraternal abraço,

Luiz Carlos Rubim
Natal-RN

Kalhil Pereira disse...

Obrigado pelo apoio amigo Rubim, aquela branquinha ainda está separada para o nosso bate papo aí em Natal???
Estarei por aí dias 1 e 2 de outubro para participar de um Congresso do Ministério Público do RN, vou a trabalho mais dá tempo, vamos marcar para nos encontrar, tenho alguns presentes do Meliponário para o amigo, mas é tudo surpresa.


Um comentário:

  1. Parabéns!
    Um grande trabalho, este que você está fazendo, não só em divulgar a criação das abelhas de Jandaíra, mas, principalmente, por incentivar a prática da meliponicultura entre os jovens.
    Estou me inscrevendo no seu fã clube com a carteirinha número um. Espero ser aceito.
    Um fraternal abraço,

    Luiz Carlos Rubim
    Natal-RN

    ResponderExcluir

Comentário aqui: