quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A Jandaíra

A jandaíra (Melipona subnitida Ducke) é um meliponíneo típico do sertão. O seu mel é apreciado pelas populações nativas. Entretanto, a literatura sobre a biologia dessa abelha é reduzida. O trabalho pioneiro é o do Monsenhor Huberto Bruening, publicado em 1990, no livro "A Abelha Jandaíra"
A criação de jandaíra é considerada uma atividade para desenvolvimento sustentado porque inclui restauração ambiental através da preservação e plantio de árvores que servem de locais de nidificação, além da atuação das abelhas na polinização da flora nativa. Os principais produtos de interesse comercial são o mel e a preparação de enxames.
A Jandaíra (Melipona subnitida) ocorre naturalmente em áreas do sertão brasileiro. O limite geográfico de ocorrência desta espécie se dá a cerca de 11°S (centro-norte do Estado da Bahia) e a cerca de 40°W (Chapada do Araripe). Algumas localidades mais conhecidas da ocorrência desta espécie são: Fortaleza, Cascavel, Maranguape e Baturité no Estado do Ceará, Mossoró, Areia Branca, Caicó, Currais Novos, Jardim do Seridó e Parelhas no Rio Grande do Norte; Araripina e áreas da Chapada do Araripe em Pernambuco (divisa com Ceará); Rodelas, Paulo Afonso, Glória, Miguel-Calmon e várias localidades do Raso da Catarina na Bahia.
Arquitetura do ninhoO que caracteriza os ninhos das abelhas sem ferrão é a construção das células de cria utilizadas somente uma vez pelas operárias; o alimento larval líquido é oferecido todo de uma vez antes da rainha ali colocar seu ovo; o ovo é colocado pela rainha em posição vertical em relação ao alimento larval. O tempo de desenvolvimento do ovo até adulto é cerca da 40 dias. Após o nascimento, a célula é destruída pelas operárias. Na jandaíra, as células de cria apresentam, predominantemente, disposição horizontal. Os favos de cria são geralmente envoltos por camadas de cerume que auxiliam na termorregulação do ninho. A entrada do ninho, ao redor de raias de barro, é construída de tal modo que permite a passagem de apenas uma abelha de cada vez.O mel e o pólen são guardados em potes especiais ovóides cujo tamanho varia com o estado da colonia (colônias fortes tem potes maiores). Os potes de alimento ficam concentrados em áreas específicas dos ninhos. As figuras 4 e 5 mostram potes de mel com paredes finas e grossas, construídos na época das chuvas e de seca respectivamente. Investir na fabricação do cerume é uma forma de economizar energia quando há alimento.
Nas abelhas Melipona, machos, rainhas e operárias são criados em células iguais. São aproximadamente do mesmo tamanho, mas as proporções corporais diferem muito.Os machos passam aproximadamente 15 dias dentro da colméia. Após esse período saem do ninho e podem formar aglomerados junto aos ninhos onde há rainha para ser fecundada ou nas proximidades do meliponário.Os machos não trabalham para a colônia. Desidratam o néctar antes de abandonar a colonia-mãe e também quando participam dos aglomerados.As operárias são responsáveis por todas as atividades da colônia: constroem células de cria, aprovisionam as células, são guardas da colônia, coletam alimento que armazenam nos potes por elas construídos. A mesma operária realiza diferentes trabalhos durante a sua vida, que em média é de 60 dias.As rainhas virgens nascem em grande número nessa espécie. Geralmente são mortas pelas operárias logo depois de saírem das células. Às vezes desenvolvem seu poder de atração dentro da colônia. Distendem seu abdome e são cercadas pelas operárias, com as quais interagem, como mostram as figuras 7 e 8.Após essa etapa a rainha está pronta para se acasalar. Pode sair da colônia e ter o vôo nupcial, onde será fecundada. As rainhas fecundadas desenvolvem seu abdome (ficam fisogástricas) e não podem mais voar.
Hábitos de nidificação"Podemos afirmar que nunca se praticou meliponicultura no Nordeste, pelo menos a racional ou metódica. Sempre houve mais Jandaíras que Nordestinos, mais casas de abelhas indígenas que casas de aborígenes. Hoje a situação é exatamente oposta. E pior ainda: o meleiro está destruindo as derradeiras casas - imburanas e catingueiras - que ainda restam pelo sertão. Nada escapa a sanha de carvoerios, caçadores de mel, caçadores de 'madeira', etc.. Até o raríssimo cumaru é cortado e serrado em fatias - sem cerne ainda - para fabricar caixas de empacotar melão. E a imburana é desfiada para cepilho... Nossas abelhas estão fadadas à extinção mais cedo que se pensa. Sem casa para morar, quem é que trabalha? Se ao menos cuidassem os homens de repor, de replantar e reflorestar... Ou ainda: se parassem de destruir... A terra mesma se reveste, recupera e recobre."Monsenhor Huberto Bruening, "A Abelha Jandaíra", 1990: 9 A Jandaíra faz seus ninhos em ocos de árvores, destacando-se aqui sua preferência pela imburana (Commiphora leptophloeos - Burseracea) e pela catingueira (Caesalpinia microphylla - Leguminosae). As imburanas podem ser replantadas usando-se pedaços de troncos ou galhos.

texto cópia do do blog:
http://www.meliponas.blogspot.com/

Um comentário:

  1. manda uma garrafa desse mel pra mim... kkkkkkk
    ficou fileh o blog... Abração!!!
    Hans

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