sexta-feira, 27 de julho de 2012

Uma raridade...

Estava eu percorrendo a CE - 040 retornando de Fortaleza com destino a Mossoró e a certa altura da viagem parei na comunidade conhecida por Paripueira, zona rural do Município de Beberibe-CE.

Estacionei o carro e ainda mesmo nas margens da rodovia me encontrei com seu Chico que, atualmente, no limiar dos seus 70 anos, é agricultor e residente na localidade desde ainda muito moço.

Após tomar muita água de coco, perguntei ao mesmo se ainda tinha aquelas velhas cabaças que criava algumas Jandaíras seculares:

- Rapaz, das que eu tinha ficou só uma.

Ao fazer cara de supreso me chamou para ver. As fotos estão em péssima qualidade pois fora tiradas do meu celular, fora isso, já estava escurecendo...

Essa é uma das formas mais antigas de se criar abelhas sem ferrão pela humanidade, os primeiros a utilizar esse sistema foram os índios que criavam as abelhas em cabaças, exatamente com seu Chico vem fazendo até hoje.

Naturalmente, como a grande maioria dos pequenos agricultores que preservam a tradição da atividade, seu Chico possui pouco conhecimento de manejo, se limitando a retirar o mel em épocas de floração e capturar algumas colônias na natureza.

Não tive muito tempo para conversar com o mesmo mais em nosso rápido bate papo me informou que naquela região há inumeros meliponicultores que criam Jandaíras em curtiços racionais. Alguns com mais de 30 colônias e produzindo mel de ótima qualidade.


Certamente, pela qualidade da flora da região, não é de se surpreender. Pretendo ainda mês que vem retornar ao local para passar um dia a procura desses famosos desconhecidos....

Mossoró-RN, em 27 julho de 2012.

Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão 

2 comentários:

  1. Olá Kalhil

    que colmeia interessante :)
    Na minha região, os antigos agricultores também cultivavam essas cabaças mas para servirem de reservatório de água ou para fins ornamentais.
    Como fazem depois para retirar o mel???

    abraços

    Joaquim Pifano

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  2. Prezado Joaquim, há uma pequena janela que é feita acima da cabaça para dá acesso aos potes de mel e discos de cria. Mas o manejo é muito complicado, extramente rústico. Isso é uma raridade num mundo cada vez mais tecnológico.

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