quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sucesso total do 1º dia do Workshop

Hoje foi o primeiro dia do "I Workshop sobre as abelhas do semi-árido", a abertura oficial do evento foi dada pelo Magnífico Reitor da Universidade Federal do Semi-árido (UFERSA), Prof. Josivan Barbosa, que narrou a importância da apicultura na história da fruticultura irrigada do RN e fez uma rápida explanação a respeito dos esforços da Instituição para a implantação do Centro Tecnológico de Apicultura e Meliponiculta em Mossoró-RN, centro esse que já se encontra em plena atividade.


Em seguida foi dada a palavra ao Prof. Dr. Lionel (USP/UFERSA), que aprofundou, visivelmente muito emocionado, os comentários a respeito das dificuldades enfrentadas inicialmente pelo CETEC para a produção de pesquisas. Quem teve a honra de assisti os comentários do Prof. certamente ficou extremamente feliz em saber do nível de qualidade de pesquisas que hoje vem sendo desenvolvidas, em especial nas Apis a respeito do melhoramento genético de rainhas, trabalho esse que vem sendo conduzido pela Prof. Dra. Katia Cramacho (UNIT).


Logo em seguida foi dada a palavra a Prof.(a) Dra. Vera Lúcia Imperatriz (USP/UFERSA) que nos brindou com a excelente palestra a respeito dos serviços dos ecossistemas e polinização, tendo transmitido aos participantes do evento a importância das abelhas para a manutenção da biodiversidade.


Continuando, a Prof. Dr. David De Jong (USP), que trabalha diretamente com pesquisa genética com abelhas no Brasil e no Mundo, nos brindou com excelente aula sobre o atual problema dos Colapso das abelhas no Mundo, em especial nos EUA onde o governo americano tem mobilizado grandes investimentos para investigar as causas e efeitos desse fenômeno preocupante.


Pouco depois o Sr. Waldemar, Responsável pela direção do SEBRAE em Mossoró-RN nos contou a atuação daquele órgão para a expansão da apicultura e meliponicultura na região.


Após tivemos uma pausa para o café, onde tive a honra de conhecer e conversar com vários pesquisadores, em especial com a Dra. Vera Lúcia, confesso que já era fã de carteirinha da Dra. Vera muito antes de conhecê-la, agora sou ainda mais. Pessoa muito simpática e extremamente atenciosa que nos conquista com a simplicidade e ao mesmo tempo com sua facilidade de transmitir conhecimento.

Dado o retorno aos trabalhos o Prof. Rogério do CETEC comentou sobre o início da análise do mel e da produção de cera (de excelente qualidade) pelo Centro e a Prof. Dra. Kátia nos mostrou um pouco do seu trabalho sobre o melhoramento genético das rainhas, tendo inclusive nos informado que vem jogando, literamente, rainha fora por não ter a quem distribuir, o que é uma pena. Certamente está faltando ainda um trabalho de divulgação dos relevantes serviços prestado por aquele centro.

Contamos com a presença ilustre do Prof. Dr. Breno Magalhães (UFC), que nos trouxe o conhecimento a respeito das pesquisas realizadas a respeito da viabilidade da polinização da mamona pelas Apis na reigão do central do Estado do Piauí.


Tive o prazer de conversar com o Prof. Breno no intervalo que contou um pouco mais sobre a caixa que o mesmo vem desenvolvendo para a criação de abelhas solitárias, em especial das Xilocopas.

Logo após, uma palestra que muito me chamou atenção foi a proposta trazida pelo Prof. Dr. Dejair Message de estudo patogênicos nas abelhas da região, principalmente pela presença já confirmada na região sul do Brasil da Cria Pútrida Americana, é aí que entra o importante papel do melhoramento genético das rainhas a essas patologias, tendo em vista que o uso de antibióticos só tem aumentado ainda mais o problema pela resistência da bactéria a rémedios, fato já bem conhecido na China.


Conversando com Prof. Dejair o mesmo me questionava a respeito da existência de doenças nas Jandaíras, o engraçado era que eu ia fazer essa pergunta a ele, rsrs...
Mas respondi que na literatura não existem doenças catalogadas nas abelhas sem ferrão, aí é que vem a importância de não alimentármos as nossas abelhas com mel e pólen das apis, pois esse manejo pode insejar alguma contaminação, principalmente por que é sabido que essa é uma grande fonte de transmissão de doenças nas Apis.


Já no período da tarde, após o almoço, tivemos o prazer de ouvir o Grande amigo Paulo Menezes narrando um pouco das história da meliponicultura em Mossoró, principalmente a respeito do Padre Humberto Brumeng, que foi pioneiro na criação racional da Jandaíra na região.


Dra. Vera abriu a palestra seguinte nos mostrando um panorama muito bonito sobre a meliponicultura no Brasil, tive o prazer de ver fotos do muitos meliponicultores brasileiros que muitos, inclusive são meus colegas, mas os conheço apenas graças a internet, a exemplo tivemos fotos do Pedro Paulo Peixoto da AME-Rio, do Gesimar e do Marco Pignatari de Franca-SP. Dra. Vera, gentilmente, comentou ainda a respeito do nosso trabalho a frente do Meliponário do Sertão que vem contribundo para a divulgação da meliponicultura no Brasil e no Mundo, fato esse que muito nos honrou.


Logo após tivemos apresentação do trabalho de pesquisa do Michael Hnrcir, a respeito das diversas formas de adaptação das abelhas as diferentes situações climáticas. Em seguida a Doutoranda Camila Maia nos brindou com ótimo trabablho que vem sendo desenvolvido pela mesma a respeito do papel da Jandaíra na polinização do semi-árido.


Muito me revelou o trabalho da mesma pois vem sendo descoberto com esse trabalho a preferência floral das Jandaíras, principalmente por um grupo específico de plantas onde foi constatado que quase a metade do pólen colhido era de myrtaceae sp. Certamente a Jandaíra tem um papel importante para a polinização desse grupo de plantas.


Outra palestra brilhante foi a da Prof. Dra. Marcia Maria (UFMA), que vem fazendo o belo trabalho de redescobrimento da abelha Jandaíra na região do Maranhão, por muitos anos existiu o mito que as Jandaíras eram única e esclusivas da região da caatinga, o que vem sendo desmitificado. Essa descoberta nos abre uma série de questionamentos a respeito dos limites geográficos e endêmicos de diversas outras espécies. Quantas outras espécies já foram encontradas em áreas tidas como não naturais??? Enfim, é um mundo a ser estudado.

Por fim, tivemos apresentação por parte do pessoal do SEBRAE-Mossoró a respeito da importância em conhecer os diversos fatores que influenciam nas questões relativas ao mercado apícola.


Resumindo, dia fantástico, muito produtivo para toda a cadeia de pesquisadores e criadores da região, a participação de encontros científicos como esse disperta a real importância desse tipo de evento para o aprendizado e o congregamento de experiências entre os diversos elementos da cadeia produtiva, tanto da apicultura como da meliponicultura.

O evento continuará amanhã. No sábado haverá uma visita a Fazenda Experimental, onde está instalado o Centro Tecnológico de Pesquisas. Eu, como sempre, estarei por lá tirando muitas fotos e fazendo as minhas anotações.

A nós do Meliponário do Sertão fica a certeza que apicultura e a meliponicultura no RN chegará a outros níveis de qualidade com a chegada da Dra. Vera Lúcia e do Dr. lionel e suas equipes de pesquisadores.

Certamente, eu estarei, com diz o matuto aqui da região, me "incherindo" entre essas grandes figuras de renome internacional para aprender a cada dia mais sobre o mundo maravilhoso das abelhas.

att,

Mossoró-RN, em 22 de abril de 2010.


Kalhil Pereira França

Meliponário do Sertão

Um comentário:

  1. kalhil
    Estou acompanhado pelo blogger sua reportagem sobre o workshop as abelhas do semi-árido, como sempre divulgando muito bem o assunto das abelhas e as novidades.
    Parabens.
    Jose Eugenio Ferreira Neto

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