Boa Tarde Kalhil, tudo bem?
Nós publicamos recentemente dois artigos sobre um parasita novo de abelha jandaíra. Seguem os links dos trabalhos publicados e também dois links de vídeos no youtube. A divulgação desse assunto é muito importante para a meliponicultura.
Nós publicamos recentemente dois artigos sobre um parasita novo de abelha jandaíra. Seguem os links dos trabalhos publicados e também dois links de vídeos no youtube. A divulgação desse assunto é muito importante para a meliponicultura.
Obrigada
Abraços
Camila Maia Silva
Pós-graduação em Entomologia
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, USP
AV. dos Bandeirantes, 3900
cel: 55-84-99909246
e-mail: camilamaia@usp.br; maiasilvac@gmail.com
Abraços
Camila Maia Silva
Pós-graduação em Entomologia
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, USP
AV. dos Bandeirantes, 3900
cel: 55-84-99909246
e-mail: camilamaia@usp.br; maiasilvac@gmail.com
Um novo parasita de colônias de Meliponini é descoberto em Mossoró (RN)
Ao fazerem uma vistoria em uma colônia de Melipona subnitida, jandaíra,
Camila e Vera notaram a presença de algumas células de cria com aspecto
diferente, com a parte de cerume raspada pelas operárias e um casulo
forte e esbranquiçado aparente. (fig. 1). Abrimos com dificuldade uma
destas células de cria, pois o casulo é muito resistente. O que surgiu
foi um inseto muito diferente das abelhas, com uma cabeça pequena e
mandíbula forte, que nunca tínhamos visto em uma colônia de abelhas sem
ferrão. Até o momento não há na literatura especializada nenhum registro
de outros insetos nascendo das células de cria de abelhas sem ferrão,
no lugar das abelhas.
Outras colônias também apresentavam células de cria com a mesma aparência. Delas, ao anoitecer, emergia um inseto ativo, mas ainda sem asas (fig. 2). Pernas anteriores raptoriais, parecendo com um louva-deus. Saíam da colmeia e só então sofriam a última muda (fig. 3). Era um inseto da Ordem Neuroptera; esses insetos dificilmente são encontrados na natureza e em coleções biológicas de museus. Na literatura não havia nenhuma referência à invasão de ninhos e parasitismo de cria em abelhas sem ferrão. Algumas espécies de Neuroptera são mais conhecidas e estudas, pois são predadores de aranhas, alimentando-se de seus ovos e cria jovem.
Outras colônias também apresentavam células de cria com a mesma aparência. Delas, ao anoitecer, emergia um inseto ativo, mas ainda sem asas (fig. 2). Pernas anteriores raptoriais, parecendo com um louva-deus. Saíam da colmeia e só então sofriam a última muda (fig. 3). Era um inseto da Ordem Neuroptera; esses insetos dificilmente são encontrados na natureza e em coleções biológicas de museus. Na literatura não havia nenhuma referência à invasão de ninhos e parasitismo de cria em abelhas sem ferrão. Algumas espécies de Neuroptera são mais conhecidas e estudas, pois são predadores de aranhas, alimentando-se de seus ovos e cria jovem.
Vídeos:
Procuramos os especialistas no grupo e o parasita foi identificado por Renato J. P. Machado. O parasita era Plega hagenella uma espécie com distribuição desde a América Central até o sudeste do Brasil, mas com poucos exemplares em coleções brasileiras e nenhum registro no nordeste brasileiro.
Durante os meses de abril e maio de 2012, ao examinarmos as colônias de duas localidades, na Fazenda Experimental Rafael Fernandes, em Mossoró/RN, onde fica o meliponário da UFERSA, e na Fazenda Belém, em Icapuí/CE, distantes entre si cerca de 35 km, verificamos que 48% das colônias investigadas (total de 64 colônias investigadas) foram infestadas pelo parasita.
Ao contrário de outros insetos que parasitam colônias de Meliponini e geralmente se alimentam de pólen, néctar ou crias mortas, as larvas de Plega hagenella desenvolvem-se dentro das células de crias e se alimentam de larvas ou de pupas das abelhas. Antes da fase de pupa a larva do parasita come completamente a abelha imatura (fig. 4). Consequentemente, a infestação reduz a produção de novas operárias, provocando um declínio nas populações das colônias.
Ainda não sabemos se as fêmeas adultas de P. hagenella invadem as colônias de abelhas para colocar seus ovos dentro das células de cria operculadas. No entanto, outra possibilidade seria que as fêmeas deixam seus ovos nas flores e as larvas de primeiro instar, as quais são pequenas e móveis, sejam levadas pelas abelhas forrageiras para dentro das colônias. Ou ainda, os ovos poderiam ser deixados em locais próximos às colônias e as larvas de primeiro instar entrariam, através de fendas, nas colônias.
Existem poucos estudos sobre a biologia desses insetos de grande importância para a Meliponicultura. Solicitamos aos meliponicultores que encontrarem células de cria com este aspecto, ou o parasita no ninho ou nas proximidades, que se comuniquem conosco; o parasita pode ser mantido em álcool ou no próprio casulo, em um tubo bem fechado, e enviado para a coleção do Departamento de Ciências Animais da UFERSA, a/c de Michael Hrncir, no endereço mencionado neste trabalho.
Camila Maia-Silva1, Dirk Koedam2, Michael Hrncir2 e Vera Lucia Imperatriz-Fonseca1,2
1Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Avenida Bandeirantes 3900, Ribeirão Preto-SP, 14040-901, Brasil
2 Departamento de Ciências Animais, Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Avenida Francisco Mota 572, Mossoró-RN, 59625-900, Brasil
1Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Avenida Bandeirantes 3900, Ribeirão Preto-SP, 14040-901, Brasil
2 Departamento de Ciências Animais, Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Avenida Francisco Mota 572, Mossoró-RN, 59625-900, Brasil
Fonte: http://www.apacame.org.br/mensagemdoce/119/artigo2.htm
no filme este inseto parece ser recebido como um individuo da mesma especia talvez ele imite o ferormônio de uma melipona
ResponderExcluirTambém percebi isso, certamente deve ser essa a estratégia de camuflagem do parasita.
ResponderExcluiratt,
Kalhil
Vou ficar de olho atento na coloração das células a partir de agora.
ResponderExcluirAchei também algo semelhante a um casulo (bem grande) na entrada do ninho de uma trigona lá na Floresta da Tijuca. Dois estão em um vidro para ver se nasce e o terceiro está no álcool.
Parabéns pela pesquisa e pelo alerta
Medina