sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Retorno da postura dos enxames fracos (fornecimento de pólen novo)



Foi só fornecer novo alimento proteico de qualidade que as abelhas voltaram ao normal. Ainda hoje inspecionei os enxames fracos que receberam os potinhos de pólen artificial e grata foi a surpresa de me deparar com o retorno regular da postura das abelhas. De fato estou bastante certo que o problema era de fato o alimento. Agora é esperar uns 60 dias pra vê os enxames voltarem com força total.



Mossoró, em 28 de setembro de 2018.


Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Recuperando enxames de Jandaíra (efeitos negativos do pólen de Nim Indiano na postura)


Nos últimos dias tive um problema com 5 colônias que estavam na sede do sítio em Taboleiro Grande/RN. Ao inspecionar os enxames observei grande mortandade de crias em fase de desenvolvimento, grande acúmulo de lixo (restos de ninho) e pedaços de abelhas mortas pela caixa.

Imediatamente  passei a estudar o caso buscando identificar o que estava a provocar a morte das crias em desenvolvimento. Como o problema aconteceu em todas as caixas que estavam na sede, deduzi que a causa estava trelada a intoxicação pelo alimento. Provando o mel não observei fermentação, pelo contrário, está bastante saboroso. Já o pólen.... hummm.... me preocupou.



Estamos praticamente no final do setembro e a essa altura do ano as únicas plantas que ainda estão em floração nas proximidades dos enxames são os pés de nim indiano que, como muitos sabem, é bastante tóxico as abelhas. E ao redor da sede tem "só" 27 pés de nim, com um floração exuberante.

Inúmeros estudos já comprovaram seu efeitos prejudiciais as abelhas, sendo seu pólen bastante tóxico as abelhas quando consumido sozinho. Resultado, os enxames certamente estavam definhando pela descontinuidade no nascimento de novas crias por intoxicação do alimento larval. Isso é ainda uma hipótese, não tenho certeza, pra tanto vou repetir a experiência trazendo novos enxames, mas dessa vez com muito estoque de pólen pra analisar se o fato vai se repetir.


Pra resolver o problema trouxe rapidamente os enxames de volta pra Mossoró pra recuperar. Mas esperá aí: Mossoró não tem pé de nim indiano nas proximidades de seu meliponário?

Tem e muitos!!!!

Mas diferentemente do sítio, onde praticamente não há mais flora de caatinga com flores disponíveis, aqui na cidade inúmeras outras plantas estão florescendo o ano todo, o que favorece muito os enxames nessa época.

Apenas com exemplo as Caraubeiras (também conhecidas com Ipé do Serrado) estão em plena floração na rua da minha casa. Como disse acima, o efeito prejudicial do pólen do nim só é acentuado quando consumido isoladamente, mas misturado com outros tipos de pólen o efeito é tolerado pelas abelhas, quase não fazendo mal algum.





Bem, mas o que fazer pra recuperar os enxames? Simples, fornecer outros pólens como fonte proteica. Para isso utilizo uma técnica muito fácil de fazer que é a introdução de bombons de pólen.


E como fazer? Mais simples ainda.

Basta misturar pólen (pode ser o desidratado de apis) após batido no liquidificador com mel. Usamos um pouco de mel apenas dá liga aos pólen, não precisa de muito. Vamos dosando até a massa de pólen ficar bem bem fixa. Feito isso fazemos umas bolinhas (do tamanho dos potes naturais) e em seguida mergulhamos em cera derretida para formar uma espécie de potinho artificial de pólen. 









Para isso basta usar um palitinho e mergulhar as bolinhas de pólen na cera líquida e resfriar em água gelada para rapidamente formar um potinho artificial.

Feito os bombons de pólen passo seguinte e fornecer as abelhas. Elas vão processar rapidamente o pólen fornecido até virar um pão da abelha (pólen fermentado) e passarão a consumir um novo alimento rico em proteína. 



Só uma dica importante, caso as colônias tenham estoque de pólen das flores do nim sugiro retirar imediatamente, substituindo todos os potes pelos que foram produzidos pelo meliponicultor. Isso vai garantir que o pólen consumido é 100% novo e não será utilizado com os potes já em uso de nim indiano, facilitando a recuperação dos enxames.

Mossoró, em 27 de setembro de 2018.


Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão

terça-feira, 18 de setembro de 2018

O Meliponário do Sertão entre os 03 melhores méis do Brasil!



Nada como o reconhecimento para estimular cada vez mais nosso trabalho. Nesse novo recomeço na criação de nossas abelhas Jandaíras tivemos uma grata surpresa que tem nos proporcionado uma grande alegria.


No último domingo (dia 16 de outubro de 2018) participamos com nossas amostras de mel de nossas Abelhas Jandaíras do 6º Concurso Brasileiro de Méis de Abelhas Nativas Sem Ferrão, realizado anualmente pela Associação Meliponicultores do Estado do Rio de Janeiro, no parque Natural Municipal da Catacumba, cidade do Rio de Janeiro.


Na ocasião 27 (vinte e sete) amostras de méis de abelhas nativas enviadas por meliponicultores de todo o Brasil concorreram ao título de melhor mel do país. Pra nossa satisfação o mel de nossas Abelhas Jandaíras ficou em 3º Lugar, recebendo o reconhecimento entre os mais renomados jurados do Brasil. 



Modéstia à parte, tinha a certeza da qualidade de nosso produto, pois nosso mel é produzido em plena mata de caatinga ainda bem preservada e cuidada à gerações pelos meus familiares, bem longe de qualquer tipo de agrotóxico.




O reconhecimento em âmbito nacional já tinha sido por nós alcançado no ano de 2011, quando alcançamos o 1º Lugar neste mesmo concurso, recebendo o título de melhor mel do país. Isso só reforça que ano após ano o mel da Jandaíra produzido no interior da cidade Taboleiro Grande/RN tem um enorme potencial.





Só me resta voltar a multiplicar minhas novas matrizes para novamente produzir em grande escala um dos melhores méis do Brasil.

Mossoró/RN, em 18 de outubro de 2018.


Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão