segunda-feira, 14 de abril de 2014

Os Bombons protéicos do Cappas...

Nesse período de abundância de alimento no campo, pouco nos preocupamos com a alimentação das abelhas. Na verdade, há um maior atrativo pelo néctar e pólen das plantas em vez da alimentação artificial, tendo em vista se tratar do alimento natural das abelhas. 

Mesmo assim, nos enxames mais novos torna-se importante fornecer alimento artificial para facilitar o crescimento dos enxames ou mesmo ajudar a estimular a postura das rainhas.

Assim sendo, vou, mais uma vez, ensinar uma receita já conhecida dos amigos meliponicultores, pórem fornecida de maneira bem interessante.

Trata-se dos famosos bombons do Prof. João Pedro Cappas, famoso pesquisador português de insetos sociais. O Cappas, como é mais conhecido, desenvolveu um método para fornecer a ração proteica, uma espécie de bombom de pólen artificial à base de extrato de soja ou levedo de cerveja que substitui o pólen natural.


A receita é simples e consiste basicamente em misturar: extrato de soja (cerca de 500g); mel puro de apis (100ml) e um pouquinho de pólen colhido da caixa das abelhas. Recomendo sempre usar mel puro, nunca xarope, pois este último facilita a proliferação de bolor.


É importante colher o pólen de algum pote das colônias pois esse alimento possui microrganismos que irão fermentar o alimento artificial. Sem ele há receita não dá certo por que as abelhas não aceitam o alimento sem está levemente fermentando. Além disso, a ração fica com o mesmo gosto do pólen das abelhas, sendo assim mais palatável.


Misturamos inicialmente tudo com uma colher e na medida que massa for tomando forma vamos usando a mão mesmo. Pra saber o ponto ideal basta verificar se a massa está grudando nas mãos, caso positivo acrescente mais extrato de soja até a massa ganhar liga e torna-se homogênea.

Feito isso colocamos a massa num recipiente com tampa e deixamos a ração fermentar por aproximadamente 15 (quinze) dias. Esse é o tempo necessário para a massa ganhar as mesmas qualidades do pólen natural que foi misturado no preparo da ração. Após esse tempo ela apresentará uma coloração marrom. Ficará com o cheiro e gosto muito similar ao alimento natural das abelhas.


Agora é que vem o truque do bombom para facilitar a aceitação da ração artificial nas abelhas. Para fazer os bombons vamos precisar de cera bruta de apis, um palito para churrasco e a ração pronta.


O primeiro passo é fazer bolinhas do tamanho natural do pote de pólen das abelhas que vamos fornecer. Em seguida basta a gente derreter um pouco de cera natural das abelhas europeias em algum recipiente. Eu costumo fazer isso no próprio microondas, pois é bem mais rápido que o processo em banho-maria.


Depois furamos com o palito de churrasco as bolinhas da ração e mergulhamos de duas a três vezes dentro da cera derretida. Esperamos esfriar e retiramos os bombons de pólen cobertos pela camada de cera prontos para serem servidos as colônias.

Depois de pronto basta colocar no cantinho da caixa para que sejam fixados pelas abelhas. Não demora muito e todo alimento passa a ser consumido pelas abelhas sem nenhum tipo de rejeição. 



Devemos lembrar que o pólen é o principal responsável pela qualidade da postura de nossas colônias, a presença desse alimento é extremamente importante para um rápido crescimento na ovoposição realizada pela rainha.

Assim fica a dica, estando a colônia sem pólen natural devemos fornecer a ração proteica para manter o ritmo de crescimento saudável de nossas abelhas.

att,

Mossoró, em 14 de abril de 2014.



Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão


quinta-feira, 3 de abril de 2014

O Amor-Agarradinho (plantas meliferas)

Hoje vou falar de umas das trepadeiras mais charmosas que conheço, o amor-agarradinho.

De nome cientifício antigonon leptopus, também conhecida popularmente como amor-entrelaçado, bela-mexicana, cipó-coral, cipó-mel, coralita, lágrima-de-noiva etc. É uma ótima opção para jardins, pois tem grande atratividade para as abelhas, suas flores são visitadas por todas as abelhas, borboletas e muitos beija-flores.


Essa planta possui uma bela explosão de flores de coloração rosa, o que provoca um ar muito romântico a qualquer ambiente. As inflorescências são compostas de muitas flores rosadas ou brancas, dependendo da variedade, e se formam durante a primavera e o verão. 



É semi-lenhosa, mas não tanto vigor, essa característica concede a mesma ficilidade para adaptação a praticamente qualquer tipo de suporte, desde cercas vivas até arcos de decoração. Suas folhas são bem fechadas e proporcionam um bela sombra para todas as estações do ano. 


Devem ser cultivados a pleno sol em solo fértil, enriquecido com matéria orgânica. As adubações periódicas estimulam uma floração intensa. Multiplica-se por sementes, estaquia e alporquia.

att,

Mossoró/RN, 03 de abril de 2014.

Kalhil Pereira França
Mossoró/RN


terça-feira, 1 de abril de 2014

Sucesso total do nosso 1º Curso de Meliponicultura!!!

Entre os dias 22 e 23 de março do corrente ano realizamos nosso 1º Curso de Meliponicultura em Mossoró/RN. O evento foi um grande sucesso e contou com a participação de 12 novos iniciantes na atividade.


Recebemos nossos alunos na Loja Maçônica Jacques Demolay de Mossoró, local escolhido para a aula teórica que durou toda manhã do dia 22. Iniciamos nossas atividades esclarecendo as peculiaridades das abelhas sem ferrão, demonstrando sua importância para biodiversidade da nossa flora nativa.


Abordamos ainda todos os conhecimentos básicos de biologia desses animais, notadamente as diferenças entre as respectivas castas: rainha, operárias e machos. Logo em seguida fizemos uma pequena pausa para coffee break e demonstração de caixas racionais e 05 espécies de abelhas sem ferrão atualmente criadas em nossos meliponários.



Após intervalo continuamos falando sobre as características dos diferentes processos de formação de rainha entre meliponas e trigonas, estruturas dos ninhos, tipos de caixas para abelhas sem ferrão, métodos de multiplicação, manejo de inspeção periódica, alimentação artificial proteica e energética, inimigos naturais e suas formas de prevenir, forídeos, instrumentos para manejo, colheita, envase e armazenamento do mel das abelhas sem ferrão.


No segundo dia, também pela manhã, realizamos todas as atividades necessárias para o primeiro contato com o manejo das abelhas sem ferrão. Tivemos o prazer de realizar várias inspeções e algumas divisões de Uruçu Verdadeira e Jandaíra.





Ao final do curso sorteamos entre os participantes do curso dois exemplares do Livro "Guia de Plantas Visitadas Por Abelhas Na Caatinga" e duas colônias de Jandaíra.





Foram dois dias muito prazerosos, onde tivemos a oportunidade de mergulhar no fascinante mundo das abelhas sem ferrão. Acredito que foi bastante prazeroso para todos, especialmente para todos que fazem o Meliponário do Sertão.

Ainda esse ano, devido a grande procura, faremos outro curso no intuito de divulgar a meliponicultura e estimular os amantes da natureza a criarem nossas amáveis abelhas sem ferrão.

att,

Mossoró/RN, 1º de Abril de 2014.


Kalhil Pereira França
Meliponário do Sertão